Equador vai às urnas sob tensão e registra mais de 600 prisões
Noboa e González disputam votos com diferença mínima

O segundo turno da eleição presidencial no Equador foi marcado por um forte esquema de segurança, clima de tensão e centenas de detenções em todo o país. Neste domingo (13), mais de 13 milhões de eleitores foram convocados às urnas para decidir quem comandará o país pelos próximos quatro anos.
Eleição no Equador
A disputa opõe o atual presidente Daniel Noboa, da Acción Democrática Nacional (ADN), e a candidata de oposição Luisa González, da coalizão Revolución Ciudadana (RC) e Renovación Total (Reti). Ambos representam lados opostos do espectro político equatoriano. Noboa defende pautas de viés liberal. González se apresenta como herdeira política do ex-presidente Rafael Correa, de orientação progressista.
Durante a votação, a Polícia Nacional do Equador registrou 634 prisões. Dentre os casos, destaca-se a apreensão de 56 armas de fogo e 190 facas. Um dos episódios mais graves ocorreu na província de Bolívar, onde uma mulher foi detida por tentar inserir duas cédulas marcadas na urna.
Apesar do clima de apreensão, a participação popular foi alta. De acordo com dados oficiais, cerca de 83,76% dos eleitores compareceram às zonas eleitorais. O número de observadores internacionais também foi expressivo. Aproximadamente 500 representantes de diversos países acompanharam o processo eleitoral. A presença deles se deu em meio a questionamentos recentes sobre a imparcialidade do sistema eleitoral equatoriano.

As últimas pesquisas de intenção de voto antes do pleito apontavam empate técnico entre os dois candidatos. A margem de diferença era de 0,4 ponto percentual, o que indicava um desfecho apertado. A apuração dos votos teve início às 18h, no horário local (20h de Brasília), com expectativa de divulgação rápida dos primeiros resultados.
O primeiro turno da eleição, realizado em 9 de fevereiro, também apresentou resultado acirrado. Na ocasião, a diferença de votos entre as duas candidaturas foi pequena, o que antecipava um cenário competitivo no segundo turno.