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Saúde

Goiânia e Aparecida entram na lista de prioridade nacional no combate à dengue

Em 2025, a capital teve 8.402 casos confirmados da doença

Eduarda Leãopor Eduarda Leão em 14 de abril de 2025
10 abre Paulo Pinto Agencia Brasil
| Foto: Paulo Pinto

Em resposta à crescente preocupação com a alta incidência de casos de dengue em todo o país, o Ministério da Saúde anunciou, na terça-feira (8), novas medidas para reforçar o combate à doença, priorizando 80 municípios brasileiros com maior risco de agravamento e colapso dos sistemas de saúde.

Entre as cidades selecionadas estão Goiânia e Aparecida de Goiânia, que receberão reforço da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), além da instalação de centros de hidratação e intensificação das estratégias de vacinação.

Segundo o Ministério, cerca de 68 milhões de pessoas vivem nessas 80 localidades consideradas críticas. Os critérios para definição das cidades incluíram a alta densidade populacional, número crescente de casos, risco de colapso hospitalar e taxa de transmissão superior a 50 casos por 100 mil habitantes. “O objetivo é conter o aumento de casos graves e evitar novos óbitos em regiões que enfrentam sobrecarga no sistema de saúde”, destacou a pasta em nota.

A estrutura de apoio emergencial contará, inicialmente, com até 150 centros de hidratação, cada um com capacidade para até 100 leitos. O investimento total estimado para a operação é de R$ 300 milhões. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou a importância do trabalho integrado com os estados e municípios e voltou a enfatizar a necessidade de vacinação em duas doses. “Quero reforçar a importância de se ter duas doses. Uma dose só não dá cobertura. Tem vacina suficiente para os municípios completarem duas doses por pessoa”, disse.

Ainda segundo Padilha, a pasta está atenta à validade das doses, especialmente nos municípios prioritários. “Reforçamos a orientação para não haver perda de vacina”, alertou, ao afirmar que existe a possibilidade de ampliação da faixa etária vacinal, de acordo com a evolução do cenário epidemiológico.

O ministro ressaltou a significativa redução dos casos de dengue em 2025, em comparação com 2024. “Diante desse cenário, estamos priorizando a atuação em 80 municípios onde hoje há maior pressão sobre os serviços de saúde. Estamos preparados para apoiar com reorganização da rede assistencial e foco na redução de casos graves e óbitos. A Força Nacional do SUS está à disposição desses municípios”, declarou.

A decisão de priorizar as cidades não veio por acaso. Ambas as cidades apresentam cenários preocupantes. Em Goiânia, os dados de 2025 mostram 8.402 casos confirmados da doença, com 29 registros classificados como graves e 16 óbitos ainda em investigação. Embora os números indiquem queda em relação a 2024 — quando a capital registrou 48.283 casos, 113 casos graves e 72 mortes confirmadas —, o risco de nova escalada preocupa as autoridades.

Já em Aparecida de Goiânia, os dados também mostram redução, mas seguem exigindo atenção. De acordo com o boletim da Secretaria de Saúde, entre as semanas 1 e 14 de 2025, o município notificou 6.137 casos, com 5.335 confirmações e dois óbitos. Em 2024, no mesmo período, foram 12.041 casos notificados, 11.007 confirmados e oito mortes.

A vacinação tem sido apontada como uma das estratégias centrais para conter o avanço da doença, principalmente em jovens de 6 a 16 anos, faixa etária prioritária neste momento. Conforme informações da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Goiânia possui atualmente 2.192 doses disponíveis nas Centrais Municipais de Rede de Frio. Já Aparecida conta com 4.573 doses em estoque, e deve receber mais 2.230 nesta quinta-feira (10), ampliando ainda mais a capacidade de imunização.

Apesar dos esforços, o principal desafio segue sendo a adesão ao esquema completo da vacinação. Dos 427.665 jovens vacinados em Goiás, 312.869 receberam apenas a primeira dose, enquanto apenas 114.796 completaram as duas aplicações. Isso significa que cerca de 141.663 crianças e adolescentes — o equivalente a 55,24% — ainda não retornaram para a segunda dose.

Atualmente, o Brasil enfrenta a circulação simultânea dos quatro sorotipos do vírus da dengue, com destaque para o sorotipo DENV-3, responsável por 22% dos casos registrados. Mesmo com a redução de 75% no número total de casos e 83% dos óbitos por dengue em 2025, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, o Ministério da Saúde alerta que a situação segue crítica em muitas regiões, exigindo atenção constante, mobilização social e ações coordenadas entre as esferas federal, estadual e municipal.

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