Caiado e Vilela assinam concessão do Estádio Serra Dourada
Contrato prevê investimento garantido de R$260 milhões nos três primeiros anos para melhorias na estrutura
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), autorizou a concessão do Distrito de Esportes e Entretenimento do Complexo Serra Dourada (Serra Dourada) na manhã da última quarta-feira (16), para a associação Arena Serra Dourada da empresa construtora Construcap por 35 anos. O atual contrato prevê um investimento garantido de R$ 263 milhões só nos primeiros três anos do contrato, mas que, segundo o Governo, pode ultrapassar mais de R$ 1 bilhão por toda a duração da gestão privada. De acordo com Caiado, a concessão objetiva a transformação do Serra Dourada em um complexo de eventos de entretenimento além do uso para competições esportivas, com isso, as obras estão previstas para começar em abril de 2026, segundo a direção da concessionária.
A reestruturação do estádio era algo esperado desde que o vice-governador e ex-jogador de futebol, Daniel Vilela (MDB), sinalizou a gestão da possibilidade de uma possível parceria público privada (PPP) para administrar o local. Desde então, Vilela costurou o projeto junto a equipe de Caiado a fim de apresentar a proposta para líderes do setor privado. O resultado disso foi o leilão da concessão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), em que a Construcap obteve a outorga no valor de R$ 10 milhões.
A ideia do vice-governador foi conceder a gestão do espaço público para empresas privadas investirem com dinheiro particular, como ocorre no estádio do Mané Garrincha, em Brasília, e no estádio Pacaembu, em São Paulo. “O Estado não pode perder o seu tempo em coisas que a iniciativa privada tem uma expertise muito maior.”
A assinatura do projeto neste último dia 16 oficializou o início da concessão. O projeto é visto nos bastidores como um dos primeiros projetos da vice-governadoria para 2026, como afirmado pelo próprio Caiado. “O Daniel ocupou esse processo [de concessão] desde o primeiro momento, conduziu com muita competência e toda a equipe do governo e conseguiu levar o projeto à bolsa de valores de São Paulo.”
Evento com lideranças
Além dos gestores estaduais, estavam presentes representantes do executivo e legislativo municipal de Goiânia através do prefeito em exercício, Romário Policarpo (PRD), que também é presidente do legislativo goianiense. Em coletiva, Policarpo afirmou que o Estado pode contar com o suporte do legislativo goianiense para a reestruturação do Serra Dourada. “Goiânia tem o prazer de ter o Serra Dourada dentro da nossa cidade, e a gente fica muito feliz com essa reformulação proposta pelo governo do Estado.”
Além de Policarpo, o deputado estadual Coronel Adailton (Solidariedade) representou a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) como vice-presidente da Comissão de Educação, Esporte e Lazer da Alego. No palanque, Adailton frisou a aliança entre os poderes para aprimorar o Serra Dourada.
Caminho truculento
A culminação da assinatura, contudo, não foi sem embates nos bastidores. O ex-governador de Goiás e presidente nacional do Partido da Social Democracia do Brasil (PSDB), Marconi Perillo, trocou farpas com Vilela sobre a reforma do local desde dezembro de 2024, como reportado pelo O HOJE na época.
Em um vídeo publicado nas redes sociais em fevereiro de 2025, Marconi atacou a concessão do complexo ao afirmar que o preço da outorga era um “tapa na cara dos goianos” e que a administração estava em “conluio” com o setor privado. Em resposta, Vilela afirma que o tucano vive para atacar a gestão Caiado que “conserta os rombos que ele [Marconi] deixou”.
Além desta troca, o contrato inicial de concessão foi analisado pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) que acusou inconsistências nas tratativas. Ao O HOJE, Vilela afirmou que grande parte das sugestões foram acolhidas, contudo, algumas que não condizem com a atual estrutura do Estado, e por isso, não foram adotadas.