Igreja Católica se prepara para novo papa após morte de Francisco
Com a morte do papa Francisco, 12 cardeais ganham destaque como possíveis sucessores — nenhum da América do Sul está entre os favoritos
Com a morte do papa Francisco na madrugada desta segunda-feira (21), a Igreja Católica inicia o processo de preparação para o conclave que irá escolher o novo pontífice. Embora, tecnicamente, qualquer homem batizado e celibatário possa ser eleito papa, a tradição desde 1378 mantém os cardeais como os únicos escolhidos para ocupar o Trono de São Pedro. Atualmente, são 252 cardeais no mundo.
O estudioso vaticanista Edward Pentin reuniu perfis de cerca de 40 cardeais e selecionou 12 nomes com maior destaque para a sucessão — sem estabelecer uma ordem de favoritismo. A lista, no entanto, não inclui brasileiros nem outros sul-americanos.
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Conheça os 12 cardeais mais cotados:
Anders Arborelius, 75 anos (Suécia)
Bispo de Estocolmo, é visto como um modelo por Francisco devido à sua habilidade no diálogo. Defende maior inclusão de divorciados, mas se opõe ao diaconato feminino. Virou cardeal em 2017.
Angelo Bagnasco, 82 anos (Itália)
Arcebispo emérito de Gênova, é o mais velho da lista. Agrada setores que desejam o retorno de um papa italiano e conservador. Foi nomeado cardeal por Bento XVI em 2007.
Charles Bo, 76 anos (Mianmar)
Arcebispo de Yangon, é forte candidato entre os que priorizam justiça social e diálogo inter-religioso. Nomeado por Francisco em 2015.
Jean-Marc Aveline, 66 anos (França)
Arcebispo de Marselha, nasceu na Argélia e é um dos favoritos de Francisco, especialmente por sua defesa dos imigrantes. Virou cardeal em 2022.
Luis Antonio Tagle, 67 anos (Filipinas)
Ex-arcebispo de Manila, atua desde 2019 na Cúria Romana. É considerado o “Francisco asiático” pela sintonia com o papa em temas como ecologia e inclusão. Nomeado por Bento XVI.
Malcolm Ranjith, 77 anos (Sri Lanka)
Arcebispo de Colombo, representa o conservadorismo na Ásia, com forte apelo ambiental. Foi nomeado por Bento XVI em 2012.
Matteo Zuppi, 69 anos (Itália)
Presidente da Conferência Episcopal Italiana, tem perfil diplomático e foi enviado por Francisco como mediador na guerra da Ucrânia. Tornou-se cardeal em 2019.
Péter Erdo, 72 anos (Hungria)
Arcebispo de Budapeste, é o preferido dos círculos mais conservadores, por representar uma contraposição às ideias progressistas de Francisco. Nomeado por João Paulo II.
Pierbattista Pizzaballa, 59 anos (Itália)
Chefe do Patriarcado Latino de Jerusalém, é o mais jovem da lista. Com vasta experiência no Oriente Médio, é visto como especialista em assuntos sensíveis da região. Nomeado em 2023.
Pietro Parolin, 70 anos (Itália)
Secretário de Estado do Vaticano desde 2013, é frequentemente citado como papável. Figura central na diplomacia da Igreja. Foi nomeado cardeal por Francisco.
Robert Sarah, 79 anos (Guiné)
Africano e conservador, Sarah se opõe às reformas do papa Francisco, como a abertura a casais homossexuais. É prefeito emérito do Culto Divino. Nomeado por Bento XVI.
Willem Eijk, 71 anos (Holanda)
Arcebispo de Utrecht, é firme defensor de pautas pró-vida e contrário à bênção de casais do mesmo sexo. Nomeado por Bento XVI em 2012.
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