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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
SAÚDE

TCMGO aponta falhas graves na saúde de Goiânia

Mais de 80% das unidades de saúde visitadas relataram desabastecimento de medicamentos essenciais

Micael Silvapor Micael Silva em 21 de abril de 2025
Em 76% das unidades, não há planejamento para substituição de profissionais ausentes, o que leva à suspensão temporária das imunizações Foto: SMS
Em 76% das unidades, não há planejamento para substituição de profissionais ausentes, o que leva à suspensão temporária das imunizações Foto: SMS

A Secretaria de Controle Externo de Políticas Públicas do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCMGO) divulgou, nesta semana, o Relatório de Levantamento nº 1/2025, que traça um panorama crítico da rede pública de saúde de Goiânia. O documento foi elaborado a partir de visitas realizadas a 81 unidades de atenção básica e 13 unidades de urgência e emergência, nos primeiros 100 dias da atual gestão (2025–2028), e revela deficiências que afetam diretamente o acesso da população aos serviços e a qualidade do atendimento prestado.

O relatório aponta que 67,9% das unidades básicas de saúde não contam com gestores nomeados, fator que compromete a coordenação e a organização dos serviços. Além disso, mais de 80% dos estabelecimentos visitados relataram desabastecimento de medicamentos essenciais, como antibióticos, analgésicos e psicotrópicos, o que agrava ainda mais a situação dos usuários que dependem exclusivamente do sistema público.

Segundo o secretário de Controle Externo de Políticas Públicas, Marco Aurélio Batista de Sousa:
“Nosso papel é garantir que a fiscalização se traduza em melhorias reais para os cidadãos. A saúde pública precisa ser um espaço de confiança, segurança e dignidade.”

Outro dado preocupante refere-se às salas de vacinação: em 76% das unidades, não há planejamento para substituição de profissionais ausentes, o que leva à suspensão temporária das imunizações. A equipe técnica também identificou equipamentos importantes, como ar-condicionados, cadeiras odontológicas e autoclaves, fora de funcionamento em diversas unidades, prejudicando o conforto e a segurança dos atendimentos.

A estrutura física das unidades visitadas também apresentou problemas recorrentes, como infiltrações, danos em forros, banheiros inoperantes e falta de acessibilidade, o que dificulta o atendimento digno, especialmente para pessoas com deficiência. A situação dos profissionais de saúde também preocupa: mais de 90% relataram sentir insegurança no ambiente de trabalho, reflexo das condições precárias enfrentadas diariamente.

Diante das constatações, a Secretaria de Controle Externo propôs um Plano de Ação, ainda pendente de homologação pelo TCMGO, que estabelece prazos para que a Secretaria Municipal de Saúde apresente medidas efetivas para corrigir as falhas estruturais e operacionais. A proposta tem como objetivo restaurar as condições mínimas de funcionamento das unidades e garantir que a população goianiense receba atendimento adequado e contínuo.

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