“Manifesto Afro Cultivo” estreia em Goiânia com sessões acessíveis ao público
Filme aborda a ancestralidade afro pelos cabelos e será exibido no Cine Cultura
O curta-metragem “Manifesto Afro Cultivo” estreou em Goiânia ontem (24), com exibição no Cineclube Maria Grampinho, no Sertão Negro. A obra apresenta uma narrativa afrofuturista e documental sobre a história dos povos diaspóricos através dos cabelos, utilizando cinco símbolos Adinkras: Kwatakye Atiko, Mpuannum, Sankofa, Duafe e Aya.
Com roteiro e direção de Suellem Horácio, o filme explora a identidade, a resistência e a estética dos penteados afro como forma de comunicação simbólica e de fortalecimento cultural. A produção investe na estética afrofuturista para representar a conexão entre passado, presente e futuro.
O projeto terá continuidade com sessões acessíveis no Cine Cultura, também em Goiânia. No dia 28 de abril (segunda-feira), haverá uma sessão às 15h destinada ao público surdo, com janela de Libras e legendas. No dia 29 de abril (terça-feira), às 20h, a exibição será aberta ao público geral, contando com audiodescrição ao vivo para pessoas cegas.
“Manifesto Afro Cultivo” foi desenvolvido com recursos da Lei Paulo Gustavo, operacionalizada pelo Governo de Goiás por meio da Secretaria de Estado da Cultura.
Em entrevista, Suellem Horácio destacou o caráter coletivo do projeto. “O processo de direção contou com a generosidade de diversos artistas. Percebi que a função de direção é muito mais sobre construção coletiva do que sobre um conhecimento individual absoluto”, afirmou.
A ideia do filme nasceu da experiência de Suellem como trancista e da fundação do Ateliê Afro Cultivo. Segundo a diretora, trançar os cabelos é um gesto de cuidado, resistência e reafirmação identitária. “Trançar é sobre mais do que fios entrelaçados; é sobre ancestralidade viva, resiliência e a força coletiva que nos sustenta”, declarou.
O filme também incorpora a relação pessoal de Suellem com sua mãe, que participa da produção. Essa conexão, segundo ela, remete aos rituais de cuidado e afeto construídos ao longo da infância.
Os símbolos Adinkras integram a poética do filme, representando valores como autocuidado, resiliência e transformação. A proposta é valorizar a ancestralidade e descolonizar imaginários através da arte.
Serviço
Quando: Segunda-feira(28) e terça-feira (29)
Onde: Cine Cultura
Horário: 15h e 20h
Entrada gratuita