A ex-primeira-dama Rosane Malta publicou um vídeo fazendo exercícios físicos na manhã desta sexta-feira (25), poucas horas após a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello. A postagem foi a única manifestação pública dela desde que o ex-marido foi detido por agentes da Polícia Federal. O ex-senador foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Collor e Rosane

Rosane e Collor foram casados por 22 anos, entre 1984 e 2005. O relacionamento chegou ao fim em meio a um processo litigioso de separação e uma longa disputa judicial pela partilha de bens. Em 2017, o Superior Tribunal de Justiça decidiu em favor de Rosane. No entanto, ela declarou, em entrevista no ano passado, que ainda não recebeu sua parte do patrimônio.

Em 2014, Rosane lançou sua autobiografia, intitulada Tudo Que Vi e Vivi. Na obra, ela relata episódios de bastidores da presidência de Collor, incluindo o processo de impeachment de 1992. Também fez declarações sobre o uso de práticas de ocultismo por parte do então presidente, além de apontar episódios de abuso emocional no casamento.

Durante o mandato presidencial de Collor, entre 1990 e 1992, Rosane ocupou o posto de primeira-dama do Brasil, sendo a mais jovem a assumir o papel, aos 26 anos. No período, representou o país em compromissos diplomáticos e recebeu líderes estrangeiros como o então príncipe Charles e a princesa Diana, no Palácio da Alvorada.

Mesmo após o fim do casamento, Rosane continuou presente na política. Em 2018, foi candidata a deputada estadual por Alagoas pelo PHS. Utilizou o sobrenome do ex-marido na campanha, mas declarou apoio ao adversário de Collor, Renan Filho (MDB), na disputa ao governo do estado. Segundo afirmou na época, sua candidatura tinha como bandeira a defesa de mulheres que enfrentam abandono após relacionamentos abusivos.

Rosane é natural do sertão alagoano e pertence a uma família com tradição política na região. Seu pai, João Alvino Malta Brandão, foi prefeito da cidade de Canapi por dois mandatos. Já o tio-avô, Euclides Malta, governou o estado de Alagoas em dois períodos distintos.