O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

quarta-feira, 21 de maio de 2025
Bastidores

Na busca por poder em 2026, políticos podem formar alianças inusitadas em Goiás

PL goiano negocia Senado na base de Caiado, representada pelo candidato ao governo do Estado, Daniel Vilela (MDB), enquanto, nos bastidores, se fala de uma aliança do PT com o PSDB de Marconi Perillo

Bruno Goulartpor Bruno Goulart em 28 de abril de 2025
Na busca por poder em 2026, políticos podem formar alianças inusitadas em Goiás
Foto: montagem O HOJE

Bruno Goulart

O cenário político em Goiás para as eleições de 2026 promete quebrar paradigmas, com possíveis alianças que desafiam as tradicionais divisões ideológicas. De um lado, o PL goiano, legenda que abriga o bolsonarismo, está em negociações para se alinhar com a base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), aqui representada pelo candidato ao governo do Estado, seu vice Daniel Vilela (MDB).

Do outro, o PT, que desde 2010 sempre lançou candidaturas próprias ao governo estadual, avalia pela primeira vez em mais de uma década abrir mão de ter um nome na disputa pelo Palácio das Esmeraldas, podendo até mesmo apoiar uma frente ampla que incluiria partidos de centro.

União Brasil, MDB e PL

Nos bastidores, circula com força a informação de que o PL goiano teria desistido da ação de inelegibilidade contra Ronaldo Caiado como parte de um acordo político. Após vitória do prefeito Sandro Mabel (UB) no segundo turno do ano passado, a legenda, derrotada nas urnas, entrou com uma ação para cassar o governador e o atual prefeito por terem  utilizado a sede do governo estadual para eventos ligados à campanha de seu aliado Sandro Mabel.

Leia mais: Caso Collor expõe endurecimento do STF e acende alerta no clã Bolsonaro

O acordo seria uma moeda de troca com o PL goiano garantindo espaço na chapa de Daniel Vilela ao governo, com a primeira-dama Gracinha Caiado (UB) como candidata prioritária ao Senado e o vereador Major Vitor Hugo (PL) ocupando a segunda vaga. Essa aliança representaria uma guinada estratégica para ambos os lados: Caiado fortaleceria sua base de apoio em Goiás, enquanto concorre à presidência da República. Já o PL garantiria influência em um governo que hoje é visto como moderado. Por outro lado, esse movimento frustraria as ambições do senador Wilder Morais (PL), que alimentava o sonho de concorrer ao governo estadual.

PT e PSDB

Enquanto a direita se reorganiza em torno de acordos antes impensáveis, a esquerda também se vê diante de dilemas estratégicos. O PT goiano, que nos últimos anos fortaleceu sua estrutura partidária, avalia a possibilidade inédita de não lançar candidato próprio ao governo em 2026. Em vez disso, as discussões internas apontam para a formação de uma ampla frente progressista, reunindo partidos como PCdoB, PSOL, Rede e PV. O objetivo seria evitar a fragmentação de votos e concentrar esforços na reeleição do presidente Lula.

O que mais chama atenção, porém, são os rumores – ainda que negados publicamente – sobre um possível entendimento entre PT e PSDB. O ex-governador Marconi Perillo, que hoje comanda o partido em nível nacional, estaria disposto a abandonar o flerte com o bolsonarismo para se posicionar na centro-esquerda e tentar retomar o governo estadual. Apesar das negativas formais por parte do PT, fontes próximas às discussões admitem que, em um cenário sem candidatura própria, o apoio a um nome como Perillo não está completamente descartado.

A deputada federal Adriana Accorsi (PT), cotada para assumir a presidência estadual do partido, afirmou ao O HOJE que o momento é de renovação interna e que ainda não há conversas concretas sobre 2026. No entanto, ela não descarta a possibilidade de o PT apoiar um candidato de fora do partido caso isso seja estratégico. Já o vereador Fabrício Rosa (PT) confirma que há articulações em curso para formar alianças, mas ressalta que nenhum nome foi definido até agora.

Se confirmadas, essas alianças atípicas marcarão uma nova fase na política goiana, onde pragmatismo e estratégia eleitoral parecem falar mais alto que as divergências ideológicas. O PL apoiando Vilela e o PT cogitando uma aliança com o PSDB seriam movimentos impensáveis há alguns anos, mas que agora ganham força diante da necessidade de adaptação ao novo cenário político.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também