Na última quarta-feira (30), o podcast goiano MandaVê, apresentado por Juan Allaesse, recebeu a dupla sertaneja Heitor & Henrique. A conversa, que começou como uma entrevista, logo se transformou numa sessão de causos, memórias, risadas e revelações sobre uma trajetória marcada por encontros improváveis, tentativas solitárias e o chamado insistente da música.

Heitor Vítor Gomes de Carvalho, nasceu em Bela Vista de Goiás. “Sou de lá mesmo, da terra do pequi”, contou com humor. Criado no interior, foi para Goiânia estudar, terminou o ensino médio, formou-se em odontologia e chegou a exercer a profissão por cerca de quatro anos. Mas a música, que já o acompanhava desde os tempos de infância na fazenda com os modões tocados pelo pai, foi mais forte.

Ele lembra, entre risos, que seu primeiro palco foi a cama do quarto. Pegava um rodo como microfone, colocava um CD de Roberto Carlos para tocar e encenava um show inteiro. Aos poucos, o hobby virou parte da rotina, depois um desvio da rota profissional, até que virou prioridade. “A música falou mais alto”, diz.

Do seu lado na mesa, o parceiro Henrique, na certidão, Guilherme Petrucci, também tem uma história marcada pela música desde cedo. Nascido em Alta Floresta, no Mato Grosso, ele aprendeu as primeiras canções com dois anos de idade, influenciado pelo avô, que era cantor e compositor, com disco lançado na mesma gravadora de Chitãozinho & Xororó. Aos sete, ganhou um violão. Aos nove, já se apresentava em público. Com dez, entrou para aulas de viola. E com onze, passou em um teste para o programa Raul Gil, mas o quadro foi cancelado antes de sua participação.

Apesar de tantos recomeços, Henrique seguiu. Montou e desfez várias duplas, passou por bares do interior, trocou de voz, de nome artístico e até de país. Aos dezoito anos, desiludido com os rumos da carreira, mudou-se para Portugal. Trabalhou como garçom, barman, ajudante de cozinha. Tentou se afastar da música, e falhou. “Comecei a entrar numa depressão profunda. Comprei um violão só para tocar em casa. Tocava e chorava. Não conseguia ficar longe do palco”.

De volta ao Brasil, ficou cinco anos como cantor solo. Até que, por acaso, foi tocar numa resenha em uma fazenda. No banheiro, deu de cara com Zezé Di Camargo. Tirou foto, tremeu as pernas e cantou com a plateia mais exigente da vida. Dias depois, conheceu Caique, um músico e produtor, que o colocou em contato com Heitor. A dupla se formou ali.

Desde então, Heitor & Henrique têm se dedicado à música de forma profissional, lançando trabalhos que mesclam o sertanejo tradicional com influências contemporâneas. O entrosamento veio rápido: vozes que se encaixam, histórias que se complementam, timbres que se alternam entre primeira e segunda voz como se sempre tivessem pertencido um ao outro.

No Instagram oficial da dupla, @heitorehenriquedupla, é possível acompanhar bastidores, lançamentos e trechos de apresentações. Eles possuem uma relação próxima com os fãs, mostrando momentos descontraídos, interações nos bastidores dos shows e os bastidores das gravações. Recentemente, anunciaram a segunda parte de seu DVD ao vivo, gravado em Goiânia, com destaque para a faixa “Apaixona Nela”, disponível nas plataformas digitais.

A dupla também participou do programa Raiz Brasileira, da Sagres TV, onde relembraram clássicos do sertanejo, reforçando o respeito pelas raízes do gênero. Apresentações ao vivo e entrevistas mostram não apenas a habilidade vocal dos dois, mas também o carisma e a naturalidade com que conduzem a carreira.

Com presença ativa em eventos e redes sociais, Heitor & Henrique seguem conquistando fãs com carisma e dedicação à música. A agenda de shows, cada vez mais movimentada, reflete um crescimento orgânico impulsionado não por fórmulas, mas por autenticidade. Cada palco se torna um ponto de chegada e uma reafirmação da escolha que fizeram, a de viver daquilo que sempre os chamou.