Transplante capilar deixa de ser exclusividade masculina e atrai mais mulheres
Apesar de o transplante recuperar as áreas calvas, ele não impede que os fios naturais ao redor sofram rarefação com o tempo
O transplante capilar tem sido cada vez mais mencionado por personalidades públicas. Trata-se de um procedimento no qual fios de cabelo são retirados de regiões do corpo menos suscetíveis à queda, como a parte posterior ou as laterais da cabeça, para serem implantados em áreas com pouca densidade capilar. Esses fios, por manterem as características da região de origem, continuam a crescer normalmente após o transplante, proporcionando um resultado duradouro e com aparência natural.
O interesse por soluções para a queda de cabelo entre mulheres tem crescido de maneira expressiva no Brasil, acompanhando o desenvolvimento de técnicas de transplante capilar cada vez mais modernas. Antes dominado pelo público masculino, o procedimento vem ganhando espaço entre as mulheres. Segundo dados recentes divulgados pela Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar, as mulheres hoje correspondem a aproximadamente 12,7% dos pacientes que se submetem ao transplante no país.
Durante a cirurgia, o profissional de saúde retira enxertos, pequenos fragmentos de pele contendo folículos capilares, da chamada área doadora. A região posterior do couro cabeludo costuma ser a principal fonte desses enxertos, devido à resistência dos fios. Depois de transplantados, os enxertos cicatrizam e passam a produzir novos cabelos no local afetado pela calvície.
A principal diferença entre transplante e implante capilar está na origem dos fios. No transplante, são utilizados os próprios cabelos do paciente, o que reduz o risco de rejeição e torna o resultado mais natural. Já o termo “implante” é frequentemente usado de forma comercial, podendo, em alguns casos, referir-se ao uso de fios artificiais, o que aumenta os riscos de infecção, rejeição e insatisfação com o resultado.
O transplante é indicado principalmente para casos de alopecia androgenética, a forma mais comum de calvície em homens e mulheres. Também pode ser recomendado para corrigir cicatrizes no couro cabeludo, traumas, queimaduras ou para baixar a linha capilar em pacientes com testa longa. Além da cabeça, procedimentos semelhantes são realizados para restaurar sobrancelhas e barbas. O sucesso do tratamento depende da existência de uma área doadora saudável com boa quantidade de fios.
Apesar de o transplante recuperar as áreas calvas, ele não impede que os fios naturais ao redor sofram rarefação com o tempo. Por isso, é essencial manter o tratamento clínico, com o uso de medicamentos como finasterida ou minoxidil, além de suplementação nutricional quando indicada. Em casos específicos, como o rebaixamento da linha capilar, pode não ser necessário tratamento medicamentoso no pré e pós-operatório.
O pós-operatório exige cuidados importantes. Nas primeiras semanas, o couro cabeludo deve ser lavado com delicadeza, evitando exposição solar direta e esforços físicos intensos. A maioria dos pacientes experimenta uma recuperação tranquila, com os primeiros resultados visíveis entre seis e doze meses após a cirurgia.
Entre os cuidados pré-operatórios estão evitar esforço físico cinco dias antes do procedimento, suspender o consumo de álcool e cafeína três dias antes e interromper o uso de anti-inflamatórios dez dias antes da cirurgia. Também é recomendado manter o couro cabeludo limpo e protegido do sol nas semanas que antecedem o transplante.