Paolla Oliveira defende aborto legalizado em rede nacional; “É escolha da mulher”
Em entrevista à TV Cultura, atriz critica imposição da maternidade
A atriz Paolla Oliveira se posicionou publicamente a favor da legalização do aborto durante entrevista exibida nessa segunda-feira (5), no programa Roda Viva, da TV Cultura. A artista afirmou que considera a interrupção da gravidez uma decisão que deve caber exclusivamente à mulher e defendeu a revisão da legislação brasileira sobre o tema.
Declaração de Paolla Oliveira
“Acho que isso é uma escolha da mulher. Eu sou a favor. Acho que isso deve ser visto e revisto em relação às leis, mas é uma decisão da mulher, tem que ser”, afirmou a atriz. Para Paolla, impedir esse debate representa um retrocesso nos direitos femininos.
Além do tema do aborto, Paolla também comentou sobre a maternidade e as cobranças que enfrenta por não ter filhos. Segundo ela, a imposição social em torno da maternidade ainda é uma realidade para muitas mulheres, inclusive no meio artístico. “Não tenho mais vergonha. Eu inventava respostas e você vai achando que o problema é você. Então, não tenho mais vergonha”, disse.
A atriz Paolla Oliveira também revelou que já congelou óvulos e que sua decisão de adiar a maternidade já trouxe impactos profissionais. “Teve uma publicidade que acharam melhor não me escolher porque eu ‘era menos família’”, contou. Paolla disse ainda que chegou a ser abordada por mulheres que se sentiam sozinhas por não desejar ter filhos. “Mulheres me paravam na rua [e diziam]: ‘Achava que eu era estranha’”, relembrou.

A entrevista repercutiu nas redes sociais e reabriu o debate sobre os direitos reprodutivos das mulheres e o papel da maternidade na construção da imagem pública feminina. Paolla reforçou que considera a maternidade algo especial, mas que deve ser fruto de uma escolha consciente. “Acho maternidade uma coisa tão linda, grandiosa e especial, que tem que ser uma decisão”, afirmou.
O posicionamento da atriz ocorre em um momento em que o tema da legalização do aborto segue sendo discutido no Brasil por especialistas, juristas e parlamentares, com diferentes iniciativas tramitando no Congresso Nacional.