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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Troca troca

Reforma ministerial de Lula pouco prestigiou centrão

Até o momento, trocas beneficiaram aliados da esquerda do presidente

Francisco Costapor Francisco Costa em 7 de maio de 2025
Esplanada dos Ministérios foto reprodução
Esplanada dos Ministérios foto reprodução

A reforma ministerial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que segue a passos lentos, pouco prestigiou o centrão. No momento, as trocas se focaram mais em beneficiar aliados do petista mais à esquerda.

A mudança mais recente foi a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, substituída pela parananense Márcia Lopes, irmã de um velho amigo de Lula: o ex-ministro Gilberto Carvalho. A nova titular da pasta é assistente social, natural de Londrina (PR) e filiada ao PT desde 1982. A escolha ocorreu na última segunda-feira (5), motivada por denúncias de assédio moral dentro da pasta que era comandada por Cida.

Além disso, Cida se envolveu em outras polêmicas. Entre elas, interromper a agenda oficial para atender à primeira-dama Janja, de quem é amiga. Ela, ainda, chegou a admitir que ignorava pedidos do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Costa Macêdo, e do então ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Outras mudanças já ocorreram nesse ano. Também recente, o presidente do Carlos Lupi pediu exoneração do Ministério da Previdência devido ao escândalo que envolve fraudes em descontos de aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Assumiu o comando da pasta o ex-deputado federal Wolney Queiroz (PDT), mantendo o partido aliado com a pasta – o que derrubou rumores sobre um ministro de outra legenda.

Outras mudanças foram dentro da cota do petismo: Paulo Pimenta deixou a Secretaria de Comunicação Social e foi substituído por Sidônio Palmeira; no Ministério da Saúde, Nísia Trindade saiu e entrou Alexandre Padilha, que estava na Secretaria de Relações Institucionais. No lugar dele, assumiu a deputada federal Gleisi Hoffman, à época presidente do PT.

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No momento, a exceção ocorreu no Ministério das Comunicações, que estava com Juscelino Filho (União Brasil) e continuou com o centrão. Ele saiu após denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por supostos desvios relacionados a emendas parlamentares e foi substituído por Frederico de Siqueira Filho, aliado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Antes, o líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas (MA), recusou o convite do governo Lula para assumir.

O irmão da nova ministra

Márcia é irmã de Gilberto Carvalho, próximo a Lula, de quem foi assessor e conselheiro nos dois primeiros mandatos presidenciais, e de Dilma, de quem foi ministro. Um dos casos mais controversos relacionados a ele é o assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel. Na ocasião, os irmãos da vítima o acusam de envolvimento.

Além disso, ele teve o nome envolvido, em 2008, como suspeito de auxiliar guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs). Já em 2015, também circulou a acusação de que ele fazia acordos secretos com lobistas por benefícios fiscais ainda na gestão Lula. A Justiça, contudo, absolveu as acusações.

Por fim, em 2021, Gilberto admitiu que houve corrupção nas gestões do PT, mas isentou Lula. “Lula não se corrompeu, tenho convicção disso”, disse à revista Veja. “Houve corrupção durante os nossos governos? Claro que houve corrupção nos nossos governos, como há em qualquer governo, em qualquer instituição, empresa. Houve petistas que se corromperam? Houve. Houve aliados nossos que se corromperam? Houve”, afirmou naquele ano.

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