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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Guerra comercial

Ao lado de Putin, Lula sobe o tom e critica guerra tarifária de Trump

Presidente não poupou críticas às medidas do republicano, em reunião no Kremlin

Thiago Borgespor Thiago Borges em 12 de maio de 2025
Ao lado de Putin, Lula sobe o tom e critica guerra tarifária de Trump
Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em sua agenda internacional, durante visita oficial a Moscou na última sexta-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu o tom nas críticas à guerra tarifária promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em uma reunião bilateral com o presidente russo Vladimir Putin no Kremlin, o petista afirmou que as recentes decisões de Trump de impor tarifas unilaterais sobre o comércio global minam os princípios do livre comércio, o fortalecimento do multilateralismo e o respeito à soberania dos países.  

“As últimas decisões anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos de taxação de comércio com todos os países do mundo de forma unilateral joga por terra a grande ideia do livre comércio, joga por terra a grande ideia do fortalecimento do multilateralismo e joga por terra muitas vezes o respeito à soberania dos países que nós temos que ter”, disparou o presidente.

O tom ácido reflete a crescente tensão entre o Brasil e os Estados Unidos, especialmente após a imposição de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio brasileiros. Lula já havia alertado anteriormente que tais medidas poderiam levar a um aumento da inflação global e prejudicar as relações comerciais entre os países.  

Em resposta às tarifas, o governo brasileiro, liderado pelo vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), tem buscado uma solução diplomática, enfatizando a importância do diálogo e da reciprocidade nas relações internacionais. Alckmin destacou que retaliações imediatas poderiam prejudicar a economia nacional e que o foco deve estar em negociações que beneficiem ambas as partes.  

A visita de Lula à Rússia também teve como objetivo fortalecer os laços bilaterais entre os dois países. Na reunião com Putin, os líderes discutiram a ampliação da parceria estratégica em áreas como comércio, cultura, ciência e tecnologia, incluindo a colaboração no desenvolvimento de pequenas usinas nucleares.  

Além disso, Lula participou das comemorações do 80º aniversário da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial. A ida do petista ao evento foi interpretada como um sinal de compromisso com o multilateralismo e a cooperação internacional, apesar das críticas internas e das tensões diplomáticas decorrentes da participação do Brasil na Corte Penal Internacional, que possui uma ordem de detenção contra Putin.  

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China

Após a estadia na Rússia, Lula segue viagem rumo a China. Acompanhado da primeira-dama Janja da Silva; do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP); e de ministros da Esplanada, o petista disse esperar que o resultado das reuniões no país asiático seja o fortalecimento da união com os chineses e novos acordos firmados. 

Uma força-tarefa para que as reuniões na China sejam bem sucedidas está acontecendo, segundo o presidente. “Há uma mobilização de toda a Esplanada para intensificar essa relação com a China no campo da infraestrutura, das finanças e de ciência, tecnologia e inovação”, garantiu.

A potência asiática, que rivaliza a hegemonia econômica mundial com os americanos, é o principal parceiro comercial do Brasil. A visita ao país representará o 3º encontro de Lula com o presidente chinês Xi Jinping. A relação estreita e amistosa com Jinping e Putin, em meio aos embates com Trump, representa a intenção de Lula de, cada vez mais, intensificar as relações diplomáticas e comerciais para além dos Estados Unidos. (Especial para O Hoje)

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