Um dos nomes mais consagrados do cinema francês, Gérard Depardieu, 76, foi condenado nesta terça-feira (13) a 18 meses de prisão por agressão sexual. A decisão foi proferida por um tribunal de Paris, na França, e se refere a um episódio ocorrido em 2021, quando o ator assediou duas mulheres em um set de filmagens.

Depardieu é considerado uma das maiores figuras do cinema francês, com mais de 200 filmes no currículo desde sua estreia, em 1965, aos 17 anos. Reconhecido tanto nacional quanto internacionalmente, o artista recebeu diversos prêmios ao longo da carreira, incluindo um Globo de Ouro pelo filme “Green Card – Passaporte para o Amor” (1990), além de uma indicação ao Oscar pelo papel em “Cyrano de Bergerac”, no mesmo ano.

No cinema francês, destacou-se em produções como “Corações Loucos” (1974), “A Cabra” (1981), “O Conde de Monte Cristo” (1988) e “Asterix e Obelix contra César” (1999). Também participou de obras internacionais como “1492: A Conquista do Paraíso” (1992), “O Homem da Máscara de Ferro” (1998) e “As Férias da Minha Vida” (2006).

Em 1996, foi agraciado com a Legião de Honra, maior condecoração da França, entregue pelo então presidente Jacques Chirac.

A condenação ocorre após anos de polêmica. As primeiras acusações formais contra o ator surgiram em 2018, mas ele continuou atuando, participando de mais de uma dezena de filmes e três minisséries desde então.

A repercussão do caso dividiu a opinião pública francesa. Em 2023, o jornal Le Figaro publicou um manifesto intitulado “Não cancelem Gérard Depardieu”, assinado por 50 personalidades que pediam respeito à presunção de inocência e criticavam o que chamaram de “linchamento público” do artista.

O presidente francês Emmanuel Macron também se posicionou na época, chamando Depardieu de “grande admirador” e denunciando o que considerou uma “caçada humana” contra o ator.

Com a condenação agora confirmada, o futuro da carreira de Depardieu permanece incerto.