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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
ADEUS PEPE

Uruguai se despede de Mujica com cortejo e velório público em Montevidéu

Ex-presidente morreu aos 89 anos após meses de luta contra o câncer; funeral será na sexta com presença de líderes internacionais

Luana Avelarpor Luana Avelar em 14 de maio de 2025
Foto: Andres Cuenca/ Reuters
Foto: Andres Cuenca/ Reuters

O corpo de José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, começou a ser velado nesta quarta-feira (14) em Montevidéu, um dia após sua morte, aos 89 anos, em decorrência de um câncer no esôfago. O velório teve início com um cortejo pelas ruas da capital, saindo da Praça da Independência e passando por pontos simbólicos de sua trajetória política, como a sede do Movimento de Participação Popular (MPP), grupo fundado por ele.

A cerimônia seguirá até a tarde de quinta-feira (15), no Palácio Legislativo, em evento aberto ao público. O funeral está previsto para sexta-feira (16), com a presença de autoridades de diferentes países, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governo uruguaio decretou luto oficial de três dias.

Mujica havia revelado publicamente, no início do ano, que estava com um tumor no esôfago e recebia cuidados paliativos. Na última semana, sua companheira, a ex-senadora Lucía Topolansky, informou que o quadro era terminal.

Nascido em Montevidéu em 1935, Mujica foi guerrilheiro nos anos 1960, integrante do grupo Tupamaros, e passou 14 anos preso durante a ditadura militar (1973–1985). Após a anistia, ajudou a fundar o MPP e foi eleito deputado em 1994, senador em 1999 e ministro da Agricultura em 2005, no governo de Tabaré Vázquez. Assumiu a Presidência da República em 2010 e governou até 2015.

Durante o mandato, promoveu aumento expressivo dos investimentos sociais, ampliou o salário mínimo em 250% e sancionou a lei que legalizou a maconha, pioneira na América Latina. Seu estilo de vida austero, morando em uma chácara e dirigindo um Fusca 1987, projetou-o como uma figura simbólica da esquerda mundial.

Mujica voltou ao Senado após deixar o Executivo, mas se afastou da vida pública em 2020 por motivos de saúde. Desde então, dedicava-se à vida no campo e à manutenção de sua horta. Declaradamente ateu, afirmava em entrevistas que sua fé estava na natureza.

Segundo desejo manifestado por ele, o ex-presidente pode ser sepultado na chácara onde viveu por décadas, nos arredores da capital uruguaia. Até a tarde desta quarta, a família ainda não havia confirmado os detalhes do enterro.

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