Busca por “bebê reborn” supera “dinheiro” e “Neymar” no Google Brasil
Bonecos hiper-realistas viram fenômeno de audiência e movimentam mercado com peças que ultrapassam R$ 2.000
A expressão “bebê reborn” disparou nos mecanismos de busca e ultrapassou, nos últimos dias, termos como “dinheiro”, “café” e até mesmo “Neymar” no Google Brasil. Segundo dados do Google Trends, a palavra “reborn” alcançou seu maior pico de interesse desde que começou a ser monitorada, consolidando a ascensão de um fenômeno que extrapola o nicho dos colecionadores e alcança diferentes públicos.
Criados com técnicas de escultura e pintura minuciosas, os bebês reborn reproduzem com fidelidade impressionante as feições e proporções de recém-nascidos reais. Além da estética hiper-realista, os bonecos também passaram a exercer um papel emocional, especialmente entre adultos. “Eles são lindos, parecem reais e trazem uma paz que nem sei explicar”, relatou uma usuária nas redes sociais, onde vídeos e fotos com os bonecos somam milhões de visualizações.
O apelo afetivo é um dos motores dessa tendência. Compradores relatam que os reborns ajudam a lidar com quadros de ansiedade, depressão e até com a perda de filhos. “É como se eu tivesse um pedacinho do meu filho nos braços de novo”, escreveu outra usuária no Instagram, em uma publicação que viralizou. A personalização dos bonecos, que podem ser encomendados com características específicas, também impulsiona o mercado.
A alta na demanda tem mobilizado artesãos e pequenos empreendedores em todo o país. O valor de um bebê reborn pode ultrapassar R$ 2.000, dependendo do grau de realismo e dos materiais utilizados — há modelos com mecanismos que simulam respiração e batimentos cardíacos. Lojas virtuais e marketplaces têm ampliado a oferta, exibindo kits básicos e acessórios como roupas, mamadeiras e berços.
A febre se reflete em eventos, feiras especializadas e grupos de colecionadores, fortalecendo o Brasil como um dos principais mercados da categoria. Influenciadores digitais também contribuem para a disseminação do interesse ao compartilhar rotinas fictícias com seus reborns, incluindo passeios, cuidados diários e simulações de maternidade.
Para especialistas em tendências digitais, o crescimento do termo reflete uma convergência de fatores: nostalgia, busca por afeto, presença nas redes sociais e um mercado cada vez mais atento ao valor emocional dos produtos. Embora já existam há décadas, os bebês reborn nunca haviam alcançado tamanha visibilidade no Brasil. Tudo indica que a tendência ainda tem fôlego para crescer.