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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
CULTURA

Morre aos 87 anos o escritor queniano Ngũgĩ wa Thiong’o

Autor de “Grão de Trigo” e “Sonhos em Tempos de Guerra”, ele foi um dos principais nomes da literatura africana contemporânea e esteve cotado ao Nobel por vários anos

Luana Avelarpor Luana Avelar em 29 de maio de 2025
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O escritor queniano Ngũgĩ wa Thiong’o morreu na última quarta-feira (28), aos 87 anos. O anúncio foi feito por sua filha, Wajinku wa Ngũgĩ, em uma publicação nas redes sociais. O autor era um dos nomes mais influentes da literatura africana do século XX e XXI, frequentemente citado como candidato ao Prêmio Nobel de Literatura.

Nascido em 1938, em uma região rural do Quênia sob ocupação britânica, Thiong’o cresceu em meio às tensões do colonialismo. Segundo informações do jornal O Globo, ele teve cerca de 24 irmãos, filhos das quatro esposas de seu pai, que era polígamo. A vivência em um contexto marcado por conflitos políticos e sociais foi uma das principais influências de sua obra.

Entre os títulos mais conhecidos do autor estão Grão de Trigo e Sonhos em Tempos de Guerra, romances que tratam das lutas do povo queniano pela independência e das transformações vividas após o fim do domínio britânico. Com uma produção literária extensa, que inclui romances, ensaios, peças de teatro e autobiografias, Thiong’o tornou-se uma referência na crítica ao colonialismo e à opressão cultural.

Ao longo da carreira, o autor defendeu a valorização das línguas africanas e escreveu parte de sua obra em kikuyu, idioma originário de seu povo, como forma de resistência ao domínio linguístico europeu. Sua militância pela descolonização cultural o levou à prisão durante o regime autoritário do Quênia, na década de 1970.

Em 2015, Thiong’o participou da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), no Brasil, onde foi aclamado por leitores e intelectuais. Sua passagem pelo país marcou um momento de aproximação com o público brasileiro e de reconhecimento internacional de sua trajetória.

Ngũgĩ wa Thiong’o deixa um legado de resistência, linguagem e memória histórica, consolidando-se como uma das vozes mais importantes da literatura mundial.

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