A cena é comum: confraternizações com amigos, um jantar com vinho ou uma cerveja no fim do expediente. Mas a relação entre consumo de álcool e direção exige mais atenção do que muitos imaginam. No Brasil, a Lei Seca não permite qualquer nível de álcool no organismo ao volante — ainda que o bafômetro tenha uma margem técnica de 0,04 mg/L, não há tolerância legal.

O álcool entra na corrente sanguínea em cerca de cinco minutos e atinge seu pico entre uma hora e uma hora e meia após a ingestão. Isso significa que, mesmo que a pessoa se sinta “sóbria”, o cérebro e o corpo podem seguir vulneráveis, prejudicando a visão periférica, o tempo de reação e a noção de distância.

O tempo que o organismo leva para eliminar o álcool varia conforme peso, idade, sexo biológico, estado de saúde e metabolismo. Em média, o corpo pode demorar até 10 horas para metabolizar o equivalente a uma lata de cerveja. Não há fórmula mágica: truques como café forte ou banho frio não aceleram esse processo.

Quem recusa o teste do bafômetro enfrenta as mesmas penalidades que quem é flagrado: multa de R$ 2.934,70, suspensão da CNH por 12 meses e retenção do veículo. Se o teor alcoólico ultrapassar 0,34 mg/L, o motorista pode ser preso por crime de trânsito, com pena que varia de seis meses a três anos.

O consenso entre especialistas e órgãos de trânsito é direto: quem vai dirigir não deve beber. Se for beber, o mais seguro é recorrer a transporte por aplicativo, transporte público ou carona com quem esteja sóbrio. A escolha pode evitar acidentes, multas e até salvar vidas.