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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Guerra

Lula propõe mediação e vê limites para recuperação territorial da Ucrânia

Lula indicou que há um entendimento tácito sobre os termos de um possível acordo de paz

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 7 de junho de 2025
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Foto: Reprodução/Istock

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou que a Ucrânia provavelmente não conseguirá recuperar todos os territórios ocupados pela Rússia e sugeriu que os principais líderes mundiais, incluindo Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin, já têm uma noção clara do desfecho da guerra. Em suas declarações, Lula indicou que há um entendimento tácito sobre os termos de um possível acordo de paz, embora ainda falte disposição para torná-lo público.

Segundo ele, a resolução do conflito esbarra mais na ausência de coragem política do que em falta de alternativas concretas. “Todo mundo sabe que as condições do acordo já estão colocadas. O que está faltando é coragem das pessoas dizerem o que querem”, afirmou. Lula também questionou: “Vocês acham que o Putin vai sair da Crimeia?”, respondendo em seguida que nem o líder russo pretende recuar, nem Zelensky estaria disposto a admitir as perdas já consolidadas.

Para o chefe de Estado brasileiro, um acordo entre as partes parece mais próximo do que se acredita, mas a dificuldade, segundo ele, está em ambos os presidentes conseguirem explicar ao próprio povo os limites da negociação. “Ninguém vai ter tudo o que quer. As pessoas vão ficar com aquilo que é possível conquistar”, observou. Lula comparou o processo à vida cotidiana: “É duro você acreditar numa coisa e depois perceber que não é aquilo que vai acontecer”.

Desde 2014, a Rússia ocupa a Crimeia e, mais recentemente, anexou ilegalmente outros quatro territórios ucranianos. Apesar disso, o governo ucraniano continua afirmando que não aceitará abrir mão de nenhuma parte do território, uma posição respaldada por diversos países, especialmente na Europa.

Diante do impasse, Lula apresentou uma nova proposta de negociação. Ele sugeriu a criação de um grupo de nações emergentes, liderado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. Esse grupo teria como missão visitar os dois países, dialogar diretamente com Putin e Zelensky e apresentar uma proposta concreta de paz.

Segundo o presidente brasileiro, a ideia foi discutida com Emmanuel Macron durante visita de Estado à França. Para Lula, a mediação de um grupo externo com legitimidade e isenção poderia ser mais eficaz, desde que houvesse o consentimento de ambos os lados. “Se os dois não estão em condições de dizer o que querem, eu acho que alguém de fora poderia dizer. Agora, isso só será possível se houver o consentimento dos dois”, destacou. Ele também apontou que o envolvimento de negociadores diferentes poderia contribuir para um avanço real no processo de paz.

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