Os dados divulgados no Mapa da Segurança Pública feito pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública  revelam um retrato heterogêneo da criminalidade no Brasil e mostram que as realidades regionais são marcadas por contrastes: enquanto o Centro-Oeste e o Sul registraram avanços em crimes patrimoniais e contra a vida, o Norte e o Nordeste seguem com os maiores índices de violência letal e social.

No Centro-Oeste, a taxa de homicídios dolosos foi a mais alta do País: 28,07 por 100 mil habitantes. Ainda assim, a região apresentou os melhores resultados nos crimes contra o patrimônio. As taxas de furto e roubo de veículos estão entre as mais baixas do Brasil, com destaque para os desempenhos de Goiás e Mato Grosso. O fortalecimento da inteligência policial, a ampliação do monitoramento por câmeras e o uso de bases de dados integradas são apontados como fatores centrais para essa mudança.

A região Norte concentrou alguns dos indicadores mais críticos do País. Estados como Roraima, Amazonas e Acre apresentaram taxas elevadas de homicídio doloso — algumas superiores a 40 por 100 mil habitantes. A presença de facções criminosas e os conflitos em áreas de fronteira seguem como desafios estruturais. O relatório também indica aumento nas ocorrências de mortes por intervenção de agentes do Estado, especialmente no Amazonas, onde a letalidade policial continua alta.

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No Nordeste, apesar de algumas capitais como Fortaleza e Recife apresentarem quedas nos homicídios, a região ainda lidera nos números absolutos de estupros, feminicídios e desaparecimentos. Estados como Bahia, Alagoas e Pernambuco figuram entre os que mais concentram vítimas de violência letal. A interiorização da criminalidade e a expansão do tráfico de drogas para pequenas cidades são apontadas como fatores de agravamento.

Redução discreta no Sudeste

O Sudeste, região mais populosa do País, registrou redução discreta em crimes violentos, mas segue com altos volumes absolutos. Em São Paulo e Rio de Janeiro, houve queda nos homicídios, mas os furtos e roubos seguem frequentes, principalmente em áreas urbanas e metropolitanas. A região Sul, por outro lado, manteve taxas baixas de homicídios e feminicídios, mas teve aumento nos roubos de carga, especialmente no Paraná e Rio Grande do Sul.

O relatório reforça que a segurança pública no Brasil continua sendo um desafio que exige estratégias regionais específicas e cooperação integrada entre os entes federativos. A consolidação de dados padronizados tem sido fundamental para mapear prioridades e orientar ações mais eficazes no combate à violência em todas as regiões. (Especial para O Hoje)