O número de milionários em dólares voltou a crescer na América Latina em 2024, com destaque para o Brasil, que lidera o ranking da região. De acordo com o Relatório Global de Riqueza 2025, divulgado na última quarta-feira (18), pelo banco suíço UBS, o País encerrou o ano com aproximadamente 433 mil milionários. Em segundo lugar na região aparece o México, com 399 mil pessoas nesse grupo seleto.

O Brasil também figura na 19ª posição entre os países com mais milionários no mundo. Apesar da liderança regional, o relatório chama atenção para um problema estrutural do País: a desigualdade de riqueza. 

Mesmo concentrando o maior número de milionários da América Latina, a riqueza média por adulto no Brasil é de apenas US$ 31 mil (cerca de R$ 170 mil), abaixo da média da própria região (US$ 34,7 mil). Quando analisada a riqueza mediana — indicador que melhor revela a situação da maioria da população — o número cai para cerca de US$ 6.482 por adulto.

Além disso, o Brasil divide com a Rússia o posto de país mais desigual entre todos os pesquisados no relatório. O Índice de Gini de riqueza ficou em 0,82, em um ranking em que Eslováquia e Bélgica aparecem com os menores níveis de desigualdade.

Cenário global

Em relação ao crescimento da riqueza global, 2024 consolidou a recuperação iniciada em 2023, com uma alta de 4,6% no patrimônio mundial. Contudo, o avanço foi desigual entre as regiões. As Américas, especialmente a América do Norte, concentraram a maior parte desse crescimento, com expansão de 11%, impulsionadas pela valorização do dólar.

Os Estados Unidos continuam sendo o país com maior número de milionários no planeta. Ao todo, são 23,8 milhões de pessoas com patrimônio acima de US$ 1 milhão, o que representa mais de um terço do total global. Em 2024, mais 379 mil norte-americanos se tornaram milionários — mais de mil por dia.

A China continental ocupa o segundo lugar global, com 6,3 milhões de milionários, seguida por França, Japão e Alemanha. Na Europa Ocidental, países como Reino Unido, França e Alemanha concentram boa parte da riqueza, mas ainda ficam atrás dos Estados Unidos em números absolutos.

O levantamento analisou 56 países, responsáveis por mais de 92% da riqueza global. Apesar do crescimento no número de milionários, o relatório reforça que o aumento da concentração de riqueza e a desigualdade seguem como desafios.

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