Em um cenário favorável ao consumidor, os preços de algumas das frutas mais consumidas no Brasil recuaram com força no último mês. É o que aponta o 6º boletim Prohort, divulgado nesta terça-feira (24) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que mostrou quedas acima de 10% nos preços médios do mamão, da laranja e da melancia nos principais mercados atacadistas do país. A banana, embora tenha registrado uma redução mais discreta, também acompanhou a tendência de baixa.

O mamão foi o produto com maior recuo de preços: queda de 16,89% na média ponderada nacional. De acordo com a Conab, o resultado foi influenciado principalmente pela maior oferta da variedade papaya durante a primeira metade de maio. Além disso, o consumo da fruta foi impactado pelas temperaturas mais amenas, que naturalmente reduzem a demanda.

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A laranja também apresentou forte desvalorização, com recuo de 12,55% na média dos mercados atacadistas. Mesmo com o início da comercialização das frutas precoces — de melhor qualidade em relação às tardias —, a concorrência com outras frutas cítricas, como a poncã, e o clima frio foram determinantes para a retração dos preços.

Já a melancia, tradicionalmente associada ao consumo no calor, teve queda de 11,82% nas cotações, em reflexo direto da queda no consumo durante o outono. Por fim, a banana — especialmente a variedade nanica — recuou cerca de 2%, influenciada por uma produção mais robusta em regiões como o norte de Santa Catarina, norte de Minas Gerais e o interior paulista.

Maçã e hortaliças seguem outro caminho

Na contramão das frutas mais baratas, a maçã teve um leve aumento de 1,28% no mês de maio. O movimento de alta aconteceu em meio à reta final da colheita da variedade fuji na Região Sul do país, o que reduziu gradualmente a oferta no mercado.

Entre as hortaliças, apenas o tomate apresentou redução nos preços — queda de 14,79% na média nacional. A queda marca o segundo mês seguido de recuo, impulsionado pelo início da safra de inverno, que ampliou a oferta do produto.

Já os preços da batata, alface, cenoura e cebola mostraram tendência oposta, com aumentos expressivos em algumas praças. A cebola teve a alta mais significativa, com avanço de 21,41% em relação ao mês anterior. Apesar disso, as cotações ainda permanecem abaixo das registradas no primeiro semestre de 2024.

A cenoura teve elevação de 8,36%, motivada inicialmente por menor oferta, mas que começou a ser compensada com a entrada da safra de inverno na segunda quinzena de maio. A batata registrou alta moderada de 4,99%, enquanto a alface subiu 6,68% em média, reflexo da oferta ainda ajustada da nova safra.