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segunda-feira, 14 de julho de 2025
vulnerável

Fraudes do INSS intensificam condição de fragilidade no PDT

Vulnerabilidade política atinge o partido e pressão por CPI agrava tensão interna

Thiago Borgespor Thiago Borges em 27 de junho de 2025
Fraudes do INSS intensificam condição de fragilidade no PDT
Foto: Divulgação/PDT

Partido histórico da centro-esquerda, herdeiro do trabalhismo de Leonel Brizola e, por muitos anos, um dos principais aliados das gestões petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o PDT vive um momento de crise e fragilidade. O escândalo das fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) recaiu sobre a legenda — já que a Previdência Social é presidida pelo partido — e intensificou a vulnerabilidade dos pedetistas. 

A crise causada pelos descontos indevidos no INSS levou à saída de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, da pasta de Previdência Social. Porém, o cargo continuou na alçada da sigla, com o substituto sendo Wolney Queiroz, filiado ao partido. A situação tem causado constrangimento a alguns congressistas pedetistas, que encontram dificuldades de justificar a situação do INSS em suas bases eleitorais. O ressarcimento teve início na última terça-feira (24), mas a crise insiste em sangrar o partido. 

Antes da crise, o partido já vivia um momento de fragilidade, sobretudo no Ceará, maior reduto eleitoral da legenda. Por lá, a debandada iniciou-se com a saída do senador Cid Gomes — irmão do ex-candidato à presidência Ciro Gomes — que migrou para o PSB. Junto a Cid, 38 prefeitos saíram do PDT rumo ao PSB. Outra liderança a deixar a legenda foi o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que rumou para o União Brasil. 

Ciro, que foi o pivô da saída de Cid do PDT — os irmãos estão rompidos politicamente desde as eleições presidenciais de 2022 —, deve ser o próximo a deixar a legenda. O ex-governador do Ceará possui um desgaste público com a sigla. Ciro adotou uma postura crítica à gestão de Lula e atacou a aliança do PDT com o PT no Estado, o que provocou um mal-estar na relação do partido com o governo federal. 

O PSDB deve ser o destino de Ciro Gomes, inclusive sendo cotado para disputar o Palácio do Planalto. O interlocutor do partido nas negociações com Ciro é o ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati — tucano histórico e principal liderança do partido no Estado.

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Situação em Goiás

A respeito da crise na sigla pelo escândalo no INSS, o presidente do PDT em Goiás, Dr. George Morais, afirmou que a crise é “real” e que o posicionamento dele e de sua esposa, a deputada federal Flávia Morais (PDT-GO), é favorável à instalação de uma CPI sobre o caso. “Nós não podemos condenar e nem julgar ninguém para saber quem é culpado, sem antes apurar. Tem muita coisa para ser explicada. Então, que isso seja apurado o mais rápido possível. É inadmissível que paire qualquer dúvida”, garantiu Morais à reportagem do jornal O HOJE. 

Sobre a debandada do partido, o ex-deputado estadual ressaltou que a situação se trata de uma questão regional no Ceará e que a saída de Ciro do partido ainda está no campo das “especulações”. “Não vi, em nenhum momento, o Ciro falar disso. Em todas as reuniões que participo, ele está presente. Não posso me deixar levar por especulações”, explicou o pedetista. 

Além disso, Morais negou que existam tratativas para que ele e Flávia deixem a legenda. “O momento não é oportuno para isso. O momento é de nós buscarmos fortalecimento com as bases e tentarmos montar uma chapa consistente. […] A intenção nossa é ficar no PDT”, disse. Segundo o mandatário estadual, o partido não discute federar-se com outra sigla atualmente. (Especial para O Hoje)

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