Brasil exporta 1,4 milhão de toneladas de frutas e hortaliças e mira novos mercados
Goiás prevê alta de 36,6% na produção de tomate

O mercado nacional de hortaliças registra expansão significativa, impulsionado por segmentos como alface, tomate e frutas. No brasil, a alface é a mais consumida, respondendo por 50% da produção e comercialização de folhosas, com mais de 1,5 milhão de toneladas ao ano e movimentando cerca de R$ 8 bilhões no varejo. Nos últimos cinco anos, esse mercado cresceu em média 4% ao ano, refletindo novas demandas de perfil do consumidor.
Alface: liderança, diversidade e inovação
A alface é o carro-chefe entre as folhosas. A variedade crespa representa mais de 50% do consumo, seguida pela americana. “Houve uma diversificação muito grande nas preferências e formas de consumo”, apontou o diretor de marketing de uma empresa de sementes. Essa tendencia estimulou o lançamento de novas variedades com diferentes tipos de crocância, texturas, tamanhos e sabores, que oferecem redução no tempo de produção, menor uso de insumos e melhor rentabilidade para produtores. Novas variedades desenvolvidas este ano apresentam folhas prolongadas e verdes brilhantes, com cabeças firmes e crocância destacada — características valorizadas tanto no campo quanto na mesa.
Em Goiás, a produção de tomate na safra atual deve crescer 36,6% em relação a 2023, segundo o IBGE, com aumento de rendimento médio por hectare de 21,6%. A folha verde líder, a alface, também é bastante cultivada no estado, que faz parte do grupo responsável por mais de 68% do consumo de fertilizantes especiais no país — indicador claro de intensificação tecnológica no campo local. Outros produtos como arroz (+17,7%), mandioca (+6%), café e sorgo também apresentam expansão, confirmando a solidez do agronegócio em Goiás, mesmo diante de desafios climáticos.

Tecnificação e fertilizantes especiais em cena
Dados da VGRI Partners apontam que entre 2023 e 2026/27 o Brasil deverá ampliar em 41% sua produção de grãos, legumes e hortaliças, apoiado pela intensificação das colheitas. Com apenas 11% do território dedicado à agricultura, o país lidera na produção global de soja, café e açúcar — mas também avança em hortaliças. Entre 2016 e 2024, a área cultivada saltou de 58,7 milhões para 78 milhões de hectares, e a produtividade média foi de 3,14 para 3,84 toneladas por hectare. O uso de fertilizantes especiais acompanha esse movimento, com vendas estimadas em R$ 266 bilhões em 2024, concentradas nos estados com forte vocação produtiva, incluindo Goiás.
No mercado externo, frutas e hortaliças brasileiras seguem em pleno crescimento. Em 2024 o país exportou cerca de 1,08 milhão de toneladas de frutas (US$ 1,29 bilhão) e 350 mil toneladas de hortaliças (US$ 220 milhões), sendo a manga, o melão e a uva os principais produtos embarcados. Entre hortaliças, destacam-se cenouras e cebolas, produzidas principalmente em Minas Gerais e Santa Catarina. A busca por certificações internacionais e práticas sustentáveis reforça a competitividade dos produtos brasileiros.
Packing houses e logística agregam valor
As packing houses brasileiras têm papel fundamental na qualidade das exportações. Esses centros realizam seleção, preparo e embalagem seguindo padrões internacionais, o que assegura maior aderência a mercados exigentes e consolidam cadeias produtivas mais eficientes e sustentáveis.
Com o crescimento acelerado, o setor enfrenta desafios como exigências por padrões elevados de produção, competividade internacional e necessidade de infraestrutura de distribuição. O incentivo à inovação, à sustentabilidade e ao uso de tecnologias modernas é crucial para manter o ritmo. Goiás, como protagonista, deverá investir em assistência técnica, crédito rural e apoio à irrigação e pesquisa para seguir valorizando sua participação no agronegócio nacional.
O Brasil avança como potência em hortaliças, com destaque para a alface e o tomate, ainda que desafios de infraestrutura e padronização permaneçam. Em Goiás, os índices de crescimento comprovam o potencial local, que agora se apoia em técnica, tecnologia e mercados internacionais para consolidar uma cadeia produtiva mais rentável, sustentável e globalizada.