Justiça mantém prisão de suspeito de envolvimento em golpe cibernético de R$ 541 milhões
A Justiça de São Paulo decidiu manteve, a prisão de João Nazareno Roque, investigado por participação no maior golpe cibernético
A Justiça de São Paulo decidiu manteve, nesta sexta-feira (4), a prisão de João Nazareno Roque, investigado por participação no que a Polícia Civil classifica como o maior golpe cibernético já registrado contra instituições financeiras no Brasil. O ataque, ocorrido no início da semana, teve como alvo a empresa C&M Software e resultou no desvio de R$ 541 milhões da instituição de pagamento BMP.
João Roque foi preso na noite de quinta-feira (3). Durante o cumprimento do mandado, policiais civis apreenderam equipamentos eletrônicos em sua residência, que agora serão periciados. Na audiência de custódia, a Justiça não encontrou irregularidades no momento da prisão e determinou, além da manutenção da detenção, o bloqueio de R$ 270 milhões de uma conta bancária utilizada para receber parte dos valores desviados.
Segundo o depoimento prestado por Roque, o envolvimento no esquema começou em março, após ele ser abordado por um homem na saída de um bar no bairro Jaraguá, zona oeste da capital paulista. O suspeito teria demonstrado interesse nos sistemas da empresa onde Roque trabalhava, a C&M Software, responsável por intermediar transações via PIX entre diversas instituições, incluindo a BMP e o Banco Central.
Para a Polícia Civil, João Roque atuou como insider, funcionário com acesso legítimo aos sistemas da empresa, e facilitou a ação dos criminosos ao repassar suas credenciais de acesso. A investigação aponta que ele recebeu R$ 15 mil para permitir a invasão e execução do esquema fraudulento.
Com login e senha fornecidos por Roque, os criminosos conseguiram realizar, sem levantar suspeitas, uma série de transferências eletrônicas via PIX diretamente ao Banco Central, entre 4h e 7h da manhã de segunda-feira (30). Ao todo, foram desviados R$ 541 milhões para diferentes instituições financeiras. Uma terceira instituição, ainda não identificada, detectou movimentações suspeitas e alertou a BMP, o que levou à descoberta do ataque. A Polícia Civil segue com as investigações para identificar os demais envolvidos e rastrear o destino final dos recursos.