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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Julho Amarelo

Julho Amarelo reforça alerta sobre hepatites virais em Goiás

Estado amplia vacinação e testagem para conter o avanço das hepatites B e C na população

Anna Salgadopor Anna Salgado em 8 de julho de 2025
A campanha Julho Amarelo, promovida pelo Ministério da Saúde, destaca a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais. Essas infecções são chamadas de “doenças silenciosas”
Foto: Divulgação / SES

A campanha Julho Amarelo, promovida pelo Ministério da Saúde, destaca a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais. Essas infecções são chamadas de “doenças silenciosas” porque podem evoluir durante anos sem sintomas, levando a complicações graves como cirrose e câncer de fígado. Em Goiás, os dados acumulados acendem um sinal de alerta: o Estado soma 5.707 casos de hepatite B e 4.842 de hepatite C desde o início da série histórica, totalizando mais de 10 mil notificações.

Somente em 2025, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) já contabilizou 187 novos casos de hepatite B e 210 de hepatite C. Em 2024, foram 370 casos de hepatite B e 437 de hepatite C. No ano de 2023, os números também foram expressivos: 393 casos de hepatite B e 460 de hepatite C. Em 2022, o Estado registrou 394 casos de hepatite B e 398 de hepatite C. Já em 2021, houve 492 registros de hepatite B e 388 de hepatite C. Mesmo em 2020, ano marcado pela pandemia, foram registrados 192 casos de hepatite B e 186 de hepatite C.

Para combater essas infecções, a vacinação é uma das principais estratégias de prevenção. As vacinas contra as hepatites A e B estão disponíveis gratuitamente em todas as Unidades Básicas de Saúde. A vacina contra hepatite B pode ser administrada em qualquer fase da vida, inclusive na vida adulta. Já a imunização contra hepatite A é indicada principalmente para crianças, mas também pode ser oferecida a grupos específicos conforme recomendação médica.

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Desde junho de 2025, o Estado passou a disponibilizar a vacina contra hepatite A para usuários da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV. A medida segue orientação do Ministério da Saúde e contempla principalmente populações mais expostas, como homens que fazem sexo com homens. A vacinação está sendo realizada nos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais (CRIE) e deve beneficiar aproximadamente 3.500 usuários regulares de PrEP. O esquema vacinal inclui duas doses, com intervalo mínimo de seis meses entre elas.

As hepatites B e C são causadas por vírus transmitidos, principalmente, por contato com sangue contaminado, relações sexuais desprotegidas ou uso compartilhado de objetos cortantes e perfurocortantes. A hepatite B também pode ser transmitida de mãe para filho durante a gestação. Já a hepatite C, embora não tenha vacina, pode ser prevenida com medidas de precaução e segurança sanitária.

O diagnóstico precoce é fundamental para o controle e o tratamento das infecções. Em Goiás, a testagem rápida para hepatites está disponível gratuitamente em todas as unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). O exame é simples, sigiloso e o resultado fica pronto em cerca de 30 minutos. Em caso de confirmação, o paciente é encaminhado para tratamento especializado, ofertado integralmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O tratamento da hepatite C evoluiu consideravelmente nos últimos anos, com medicamentos antivirais de ação direta que proporcionam taxas de cura acima de 95%. Já a hepatite B, embora ainda não tenha cura, pode ser controlada com acompanhamento clínico e uso de antivirais que evitam o agravamento da doença.

Durante o mês de julho, a SES-GO realiza diversas ações de conscientização e prevenção em todo o Estado, como campanhas educativas, distribuição de materiais informativos, mutirões de testagem e vacinação em locais públicos. As atividades buscam atingir públicos diversos e ampliar o acesso à informação e aos serviços de saúde.

O Brasil assumiu o compromisso de eliminar as hepatites virais como problema de saúde pública até 2030, seguindo diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para isso, é fundamental garantir a ampliação da cobertura vacinal, o acesso à testagem e ao tratamento gratuito, promovendo um cuidado integral e contínuo à população.

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