O Atlético Goianiense encerra a primeira metade da Série B do Campeonato Brasileiro sob intensa pressão. A vitória por 2 a 1 sobre o CRB-AL, embora significativa, não foi suficiente para amenizar o clima de cobrança sobre elenco, comissão técnica e diretoria. Com 21 pontos e um desempenho abaixo do esperado, o Dragão chega ao fim do 1º turno com a pior campanha entre os representantes goianos na competição e distante do G4, onde o Avaí fecha o grupo com 24 pontos.
Considerado um dos favoritos ao acesso, o clube rubro-negro não conseguiu emplacar duas vitórias seguidas sequer e amarga uma campanha marcada por irregularidade. O ataque tem sido o principal ponto de questionamento: o artilheiro da equipe, Marcelinho, soma apenas três gols na Série B. O setor ofensivo é alvo direto do presidente Adson Batista, que exige mais “letalidade” nas finalizações.
Apesar disso, a defesa tem mostrado evolução, sofrendo menos gols nas últimas rodadas. O técnico Fábio Matias, no entanto, ainda busca um time titular confiável e enfrenta críticas públicas da diretoria. Nomes como o lateral Ruan Teixeira, o volante Luizão e os atacantes Federico Martínez, Sandro Lima e Talisson não conseguiram se firmar. Em contrapartida, atletas como o goleiro Paulo Vitor, o zagueiro Wallace (atualmente lesionado), Willian Maranhão e Marcelinho têm sido peças-chave.
Com 12 pontos conquistados em casa (4 vitórias em 8 jogos) e um aproveitamento de apenas 28,57% fora de Goiânia (6 pontos em 7 partidas), o Atlético Goianiense precisa melhorar seu rendimento longe do Estádio Antônio Accioly. A meta é clara: atingir os 30 pontos ainda no 1º turno, o que exigiria ao menos mais nove pontos nas próximas quatro rodadas – um aproveitamento superior a 75%. Caso contrário, o clube seguirá oscilando entre a parte intermediária e a segunda página da tabela.
A projeção interna lembra a arrancada de 2023, quando o Atlético Goianiense virou o turno com 27 pontos e somou impressionantes 37 na segunda metade do campeonato, garantindo o acesso. Para repetir o feito, a equipe aposta em reforços como o atacante Kelvin, recém-chegado do futebol sul-coreano, o volante Ezequiel Ham e o lateral Valdir Júnior, que se apresenta após o dia 10. Além disso, a diretoria trabalha para contratar mais dois atacantes e um volante.
Nas próximas quatro partidas, o Atlético Goianiense enfrentará adversários que ocupam posições próximas ou inferiores na tabela: Paysandu (fora), Criciúma (casa), Operário-PR (fora) e Chapecoense (casa). O histórico recente contra o Paysandu, por exemplo, é positivo: cinco jogos de invencibilidade, com quatro vitórias e um empate, incluindo a goleada por 5 a 2 em 2018 que selou o rebaixamento do Papão.
Para manter vivas as chances de acesso, cada ponto somado nas próximas rodadas será crucial. A missão do Dragão é clara: reagir agora ou se resignar a mais um ano fora da elite do futebol nacional.