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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Série B

Análise: os problemas de criação do Goiás nascem da ausência de uma peça chave no meio-campo

Como a ausência de Rafael Gava interfere no sistema ofensivo do Goiás, e no momento de oscilação admitido por Vagner Mancini.

Gabriel Pirespor Gabriel Pires em 10 de julho de 2025
Análise: os problemas de criação do Goiás nascem da ausência de uma peça chave
Nas últimas quatro rodadas, o esmeraldino marcou quatro pontos, e perdeu a liderança da Série B (Foto: Rosiron Rodrigues | GEC)

“O Goiás vive uma oscilação sim”. Essa foi uma das falas mais comentadas pela imprensa goiana nesta semana, tirada da coletiva do técnico esmeraldino Vagner Mancini, após o empate contra o Criciúma em 1 a 1. Os culpados? Podem ser vários, o treinador não perdeu a calma ao admitir a realidade, reiterando que tudo isso é normal. Analisando fatos, o Goiás vem de tropeços nas últimas rodadas. Nos últimos quatro duelos, o Verdão somou quatro pontos, em 12 possíveis. Derrotas para o CRB e o Athletic, um único triunfo contra a Chapecoense, e o último deles sendo o empate na Serrinha contra o Criciúma. 

A ausência de uma peça chave

Um dos dilemas centrais que assolam o elenco esmeraldino nos últimos duelos, e com certeza Vagner Mancini, é a ausência de um meia criador. Ao longo deste primeiro turno, o principal jogador que assumiu essa função foi o camisa oito, Rafael Gava, que trouxe resultado. Afinal, o volante de 32 anos segue na liderança de assistências da Série B, empatado com Giovanni do Guarani, e Robert do Atlético-GO , todos com quatro. 

Entretanto, o jogador vem sofrendo com alguns problemas físicos, e não entrou em campo em algumas rodadas recentes. Gava está tratando uma contusão no quadril e não possui previsão de voltar a jogar. 

Portanto, nasce um ponto fraco. O estilo de jogo de Vagner Mancini é marcado pela agressividade, e isso está sendo traduzido na campanha do Goiás na Série B. Em 15 rodadas, o esmeraldino balançou as redes em 19 ocasiões, sendo a equipe que mais marcou gols na segunda divisão, empatado com Avaí, Athletico-PR e Chapecoense. Uma constância como essa se baseia em construções racionais de jogadas, onde cada jogador cumpre a sua função, e o meio-campo possui papel fundamental nisso. A partir do momento que seu principal homem de meio não está correspondendo fisicamente, o time precisa se adaptar rápido para que encontre respostas de criação enquanto seu armador se recupera. Essa é a variável que Mancini parece estar lutando para solucionar. 

“Acredito que o meio-campo do Goiás é algo primordial para a ideia de jogo do Mancini. Apesar de ser o homem mais avançado, o Gava sabe muito bem ser um volante e ajuda bastante na fase defensiva, além de dar liberdade para o Juninho quando é necessário”, afirma Felipe André, jornalista da ESPN Brasil. 

O que se enxerga do Goiás sem Rafael Gava, é um time com pouca criatividade e paciência. Com ele era notória a facilidade de troca de passes, o jogo cadenciado, ataques pensados, e um sistema ofensivo eficiente com a bola no chão. Na partida contra o Criciúma, o jogo foi mais direto, com ligações longas, que até podem apresentar um certo nível de precisão, mas evidentemente, não possuem o mesmo grau de eficiência. 

Possíveis alternativas

A resposta para o problema parecia ter sido encontrada pelo argentino Martín Benítez. Porém, a minutagem do jogador é algo a se apontar, 138 minutos em campo em três jogos, apenas um como titular. Não houve nenhuma declaração oficial do clube a respeito da condição física do jogador. Mas, na última coletiva, Mancini destacou que o atleta está em ‘transição’ e tem feito trabalhos específicos para suportar os 90 minutos de bola rolando. 

A chegada de Wellington Rato parece ser uma opção viável, considerando, é claro, que o atacante possui características diferentes de Rafael Gava. No São Paulo e no Vitória, atuou como ponta pelo lado direito, mas pode fazer a função de 10, como já fez em algumas ocasiões pelo Atlético-GO. 

“A chegada do Benítez oferece outra ideia, com um 10 clássico, de jogar próximo a área adversária, mas é um atleta difícil de confiar para uma sequência de jogos devido a sua parte física. O Rato eu vejo mais como um ponta-direita, apesar de jogar centralizado, mas é diferente também do Gava”, ressalta Felipe André. 

Por fim, as alternativas encontradas por Vagner Mancini poderão ser testadas neste sábado (12), quando o Goiás enfrenta o Athletico-PR na Ligga Arena. A bola rola a partir das 20h30, horário de Brasília.

Leia mais: Jajá fala sobre empate contra o Criciúma e admite: ‘Realmente é frustrante’

 

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