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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Só agora

Lula anuncia R$ 3,7 bilhões em reparação às vítimas de Mariana e critica gestão da Vale 

Segundo dados divulgados no evento, cerca de 22 mil pescadores e 13,5 mil agricultores serão contemplados com os repasses.

Raunner Vinicius Soarespor Raunner Vinicius Soares em 13 de julho de 2025
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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta sexta-feira (11), de uma cerimônia oficial na cidade de Linhares, Espírito Santo, para anunciar o pagamento de R$ 3,7 bilhões em indenizações a vítimas do desastre de Mariana (MG), ocorrido há exatos dez anos. A ação integra o Novo Acordo do Rio Doce, promovido pelo governo federal para acelerar a reparação socioeconômica de famílias afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão. 

Segundo dados divulgados no evento, cerca de 22 mil pescadores e 13,5 mil agricultores serão contemplados com os repasses. Lula esteve acompanhado de ministros e aliados, incluindo o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o advogado-geral da União, Jorge Messias, ambos elogiados publicamente pelo presidente pela condução das negociações com a mineradora responsável pelo desastre, a Vale S.A. 

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Durante seu discurso, Lula fez duras críticas à atuação da empresa ao longo dos últimos anos e à sua privatização, que teria enfraquecido o compromisso da mineradora com as vítimas. O presidente classificou o episódio como “o maior acidente climático do país” e afirmou: “Vocês estavam sendo enganados há oito anos, antes de eu chegar à Presidência da República. A empresa gastou R$ 30 bilhões em uma fundação, e vocês até hoje não sabem o que foi feito.” 

Lula ressaltou que foi apenas na atual gestão, com interlocução direta do governo, que houve avanço real nas tratativas: “Em apenas dois anos, esses dois companheiros que estão aqui conseguiram fazer com que a Vale se sentasse à mesa e pagasse aquilo que ela tinha que pagar.” 

O presidente ainda lamentou a perda do protagonismo da Vale após sua entrega à iniciativa privada, lembrando que, enquanto estatal, a empresa ocupava posição de liderança global: “Enquanto era pública, ela era a primeira mineradora do mundo.” 

O Novo Acordo do Rio Doce prevê, além das indenizações, o fortalecimento de políticas públicas na região atingida e a reestruturação dos modelos de governança para casos de tragédias ambientais. O governo federal pretende ampliar a fiscalização sobre grandes empreendimentos do setor mineral e assegurar que ações de reparação sejam executadas com transparência e agilidade. 

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