O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Conflito de narrativas

PL reage em meio a campanha do PT que culpa bolsonaristas por tarifaço de Trump

Enquanto a esquerda culpa a direita, a direita culpa a esquerda. As peças publicitárias de ambos os lados prometem mobilizar as redes sociais nas próximas semanas 

Raunner Vinicius Soarespor Raunner Vinicius Soares em 13 de julho de 2025
2025 04 14T164056Z 1 LYNXMPEL3D0SG RTROPTP 4 USA TRUMP TARIFFS ISRAEL e1745956281743

Com o anúncio do tarifaço do presidente estadunidense Donald Trump, nesta quarta-feira (9), o Partido dos Trabalhadores (PT) e outras siglas de esquerda emplacam de forma avassaladora campanha contra bolsonaristas. De acordo com o PT, “traidores da Pátria usam os símbolos nacionais, mas não perdem a oportunidade de atacar o próprio país”. Sem esperar os efeitos negativos das peças publicitárias nas redes sociais atingirem a população — e ressoar de forma mais ampla —, o Partido Liberal (PL) e outras legendas de direita reagiram na mesma proporção. 

Enquanto a esquerda culpa a direita, a direita culpa a esquerda. Com o slogan “Defenda o Brasil”, petistas têm apontado que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado (PL-SP), e os seguidores do meio político incentivaram a punição tarifária ao Brasil. Por outro lado, bolsonaristas têm afirmado que “a culpa é do Lula”, que, segundo eles, tem feito afirmações ideológicas marcadas por pouco pragmatismo contra Trump e os Estados Unidos. 

Além disso, culpam, também, o Supremo Tribunal Federal (STF), que, afirmam eles, tem restringido a liberdade de expressão e expõe o País ao que julgam ser uma espécie de “ditadura do Judiciário”. Acreditam que a Corte tem avançado sobre as decisões e prerrogativas do Legislativo — que, no sentido restrito, ecoa nos partidos de centro, principalmente no que concerne às emendas parlamentares. 

Leia mais: Com taxação, Trump pretende interferir na política doméstica brasileira 

No mesmo sentido, condenam as ações penais contra os presos do 8 de janeiro e da cúpula presidencial de Jair Bolsonaro por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa.    

Ação nas redes sociais 

Desde quinta-feira (10), o PL tem postado frases como “a culpa é do Lula”, “Lula não respeita o Brasil” e “inimigo do Brasil”. “Desde cedo aprendemos que respeitar o Brasil é valorizar quem luta por ele. Infelizmente, há quem nunca entendeu o verdadeiro amor à pátria”, diz a publicação. E continua: “E nisso, o presidente Bolsonaro sempre esteve do lado certo”. “Lula não respeita o Brasil”, termina.  

Em outro post, que mostra um vídeo com uma colagem embaixo escrito “veja o momento em que Lula provoca os EUA atacando o dólar”. As declarações foram feitas durante a reunião do Brics, no Rio de Janeiro, com o título “A culpa é do Lula”. 

O texto diz: “Lula agora quer reinventar o sistema monetário global. Porque resolver a inflação, a dívida e os impostos no Brasil é pouco… melhor tentar acabar com o dólar. Enquanto o País afunda em rombos bilionários, ele quer discutir com China, Índia e Argentina como escapar da ‘moeda do imperialismo’. E quando tudo der errado, a culpa vai ser do Lula, mas o prejuízo é seu. Qual será o próximo passo? Real lastreado em promessas?”. 

Em um terceiro post, é um print de uma notícia do portal Conexão Política: “Lula associou vitória de Trump ao nazismo, recebeu navios iranianos, aliou-se a ditaduras, criticou Israel em guerra, mas insiste em culpar Bolsonaro por fracasso diplomático”. Na descrição: “A culpa é do Lula”.  

Pontes questiona 

A crítica bolsonarista perpassa pela afirmação do senador Marcos Pontes (PL), na última terça-feira (8). Em pronunciamento, afirmou que as decisões recentes do STF e declarações do presidente da República direcionam para uma centralização de poder no Judiciário. O parlamentar disse que isso representa uma distorção no equilíbrio entre os Poderes. 

“Isso não é apenas um desabafo. É uma confissão de que a governabilidade, hoje, depende não mais do Parlamento eleito pelo povo, mas da chancela de 11 ministros nomeados sem voto popular. Esses ministros transformaram o Supremo em uma instância de chancela política, e não jurídica. A frase é grave; ela escancara um sistema invertido, um modelo em que o Executivo não busca mais negociar com o Congresso Nacional, mas busca respaldo no Judiciário para se sobrepor à vontade soberana da maioria eleita pelo povo brasileiro”, ressaltou o senador. (Especial para O Hoje)

Siga o Canal do Jornal O Hoje e receba as principais notícias do dia direto no seu WhatsApp! Canal do Jornal O Hoje.
Veja também