A atriz Regina Duarte, 78, afirmou que ainda admira o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista ao podcast apresentado por Cátia Fonseca, no YouTube, ela relembrou o convite para assumir a Secretaria Especial da Cultura, cargo que ocupou por 74 dias no início de 2020.

Declaração de Regina Duarte

“Era o Bolsonaro me chamando, um homem que eu admirava e continuo admirando”, afirmou a atriz, que reconheceu não estar preparada para a função. Ela assumiu a pasta oficialmente em 4 de março e foi exonerada em 10 de junho. Sua saída foi anunciada previamente, com a previsão de um novo cargo na Cinemateca Brasileira, o que acabou não se concretizando.

Regina afirmou que tentou montar sua própria equipe, mas não conseguiu apoio. “Nenhum amigo quis. Eram pessoas que eu achava que podiam contribuir comigo”, declarou. A atriz também relembrou a decisão de liberar a atividade de circos durante a pandemia da Covid-19. Segundo ela, a medida foi motivada pelo impacto financeiro da paralisação. “Fico orgulhosa. Consegui pelo menos uma coisa.”

Sobre os bastidores da política, a atriz relatou que foi uma experiência marcante. “Foi importante para a minha vida ver como funciona o jogo político, o chamado ‘chão de plenário’. Quando você tem talento, eles te elogiam assim: ‘Você devia se candidatar’.”

Durante a entrevista, Regina também criticou os remakes de novelas brasileiras. Para ela, refazer uma obra de sucesso é um desrespeito ao elenco original. “É como traição aos atores que aceitam fazer um remake”, opinou. Segundo a atriz, refilmagens deveriam ser feitas apenas de obras que não alcançaram êxito na época da exibição.

Ela comentou ainda que, com o avanço dos catálogos de streaming, o público tem acesso facilitado às tramas antigas. “É um privilégio viver num mundo em que o que eu fiz há 20 anos está disponível hoje.”

Questionada sobre um possível retorno às novelas da TV Globo, a atriz foi categórica. Aceitaria atuar novamente apenas em uma produção escrita por Manoel Carlos. O autor, atualmente afastado da TV, foi diagnosticado com Parkinson. “Com Maneco eu faria qualquer coisa”, afirmou Regina, que já interpretou três Helenas em obras do roteirista.