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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

Cuidados com mofo no frio: como proteger roupas e evitar problemas respiratórios

Os sachês antimofo são apontados como a alternativa mais prática

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 15 de julho de 2025
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Cuidados com mofo no frio: como proteger roupas e evitar problemas respiratórios. | Foto: reprodução/Istock

Com a chegada dos dias frios, é comum recorrer a casacos, blusas e cobertores que ficaram meses guardados no armário. Antes de usá-los, no entanto, é fundamental verificar se há sinais de mofo nas peças. A umidade e o tempo fechado podem favorecer o aparecimento de manchas e odor característico, especialmente em tecidos mais grossos.

A recomendação de especialistas é iniciar a higienização com uma solução simples: partes iguais de vinagre de álcool e água aplicadas com um pano branco diretamente sobre a área afetada. Em seguida, a peça deve ser lavada normalmente. Caso ainda restem marcas visíveis, a aplicação de uma mistura com água morna, sabão de coco e bicarbonato de sódio pode ajudar. O produto deve agir por cerca de 40 minutos antes de uma nova lavagem.

Se a mancha persistir, uma terceira alternativa pode ser tentada, mas restrita a peças de algodão e de cor clara. Trata-se da aplicação de alvejante oxigenado em pó, diluído em água quente conforme as orientações da embalagem. O uso de água sanitária, porém, deve ser evitado, já que pode desbotar os tecidos e comprometer suas fibras.

Para roupas de couro, a mesma solução de vinagre e água costuma apresentar bons resultados. Já no caso de tecidos delicados, como a seda, a recomendação é encaminhar a peça para uma lavanderia especializada. Ainda assim, há situações em que a remoção completa das manchas não será possível.

Para manter roupas e acessórios em bom estado ao longo das estações, a principal recomendação de especialistas em organização é nunca guardar peças que não tenham sido devidamente lavadas, mesmo que tenham sido usadas apenas uma vez. A higienização adequada antes do armazenamento é essencial para evitar o acúmulo de resíduos que favorecem a proliferação de fungos e o surgimento de mofo.

Entre as medidas preventivas indicadas está o uso de desumidificadores. Os sachês antimofo são apontados como a alternativa mais prática, já que absorvem a umidade e indicam o momento da troca ao endurecerem. Já os potes antimofo também cumprem sua função, mas exigem mais atenção, pois acumulam água em seus reservatórios, o que aumenta o risco de vazamentos.

Outra orientação importante é evitar sacos plásticos para embalar roupas ou edredons fora de uso. Embora sejam comuns, eles impedem a ventilação adequada dos tecidos e acabam contribuindo para o surgimento de bolor. No lugar deles, os sacos a vácuo são uma solução mais eficaz: além de otimizarem espaço, protegem as peças da umidade. Disponíveis em diversos tamanhos, esses sacos permitem a retirada do ar por meio de aspiradores, bombinhas manuais ou mesmo por torção.

Também é possível recorrer a embalagens de TNT ou caixas organizadoras, sempre com a inclusão de sachês antimofo em seu interior. No caso de peças de couro, o cuidado deve ser ainda mais específico. Elas não devem ser armazenadas a vácuo e precisam ser retiradas periodicamente do armário para ventilação e limpeza, o que ajuda a preservar sua integridade.

Se, mesmo com todos esses cuidados, o mofo persistir, uma alternativa recomendada por profissionais é forrar o fundo de armários e gavetas com mantas antimofo, que ajudam a controlar a umidade do ambiente e reduzem os riscos de contaminação das peças.

Ar-condicionado pode favorecer mofo

Embora os aparelhos de ar-condicionado sejam aliados, eles podem favorecer o crescimento de mofo. O alerta voltou à tona recentemente após a fabricante Midea anunciar o recolhimento voluntário de cerca de 1,7 milhão de unidades por conta de uma falha de design que aumentava essa possibilidade.

Mesmo com sistemas bem projetados, qualquer aparelho, seja de janela ou central, está sujeito ao acúmulo de umidade. Isso ocorre porque, no processo de resfriamento do ar, o equipamento gera condensação: o ar quente, ao esfriar, libera gotículas de água, que devem ser coletadas por uma bandeja de drenagem e expelidas para o exterior. Quando esse sistema falha ou é imperfeito, a umidade pode permanecer no interior do aparelho, criando um ambiente propício à proliferação de fungos.

O tema ainda é pouco explorado pela literatura científica, mas alguns estudos oferecem indícios importantes. Um deles, publicado em 2003, apontou que o uso de luz ultravioleta para eliminar bactérias e fungos nas serpentinas e bandejas de drenagem de sistemas de ar-condicionado em escritórios resultou na redução de sintomas respiratórios entre os trabalhadores.

Pesquisas mais amplas sobre mofo e umidade em ambientes internos também ajudam a entender os riscos potenciais. Uma revisão de estudos publicada em 2011 indicou associação entre exposição à umidade e o agravamento de sintomas como tosse, chiado, rinite e crises de asma, embora não tenha sido possível confirmar o mofo como causa direta. Já uma revisão posterior, de 2015, apontou evidências suficientes para associar umidade e mofo ao agravamento de asma em crianças.

 

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