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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Conflito

Israel autoriza entrada de forças sírias em Sweida após ofensiva militar

Israel libera presença síria por 48 horas em Sweida após bombardeios que deixaram mais de 500 mortos

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 18 de julho de 2025
Israel autoriza entrada de forças sírias em Sweida após ofensiva militar
Al-Sharaa anuncia retirada de tropas e destaca proteção da unidade e segurança nacional em Sweida. (Foto: Divulgação/ Presidência da República Árabe Síria)

Israel permitirá, por 48 horas, o acesso restrito das forças de segurança da Síria à província de Sweida, na área sul do país, após dias de conflitos violentos entre o Exército sírio e civis da minoria drusa. A decisão foi anunciada na última sexta-feira (18) por uma autoridade israelense não identificada. “Em vista da instabilidade contínua no sudoeste da Síria, Israel concordou em permitir a entrada limitada das forças de segurança interna (sírias) no distrito de Sweida pelas próximas 48 horas”, afirmou para repórteres.

A medida ocorre após um acordo de cessar-fogo e a retirada do Exército sírio da cidade. A operação militar em Sweida durou quatro dias e deixou mais de 500 mortos, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). O combate envolveu forças do governo e comunidades drusas, tradicionalmente protegidas por Israel, e intensificou a tensão entre Tel Aviv e o novo governo sírio.

Na quarta-feira (16), Israel realizou ataques aéreos em Damasco e em posições militares sírias em Sweida. Os bombardeios atingiram o Ministério da Defesa, o quartel-general e áreas próximas ao Palácio Presidencial. Foi a primeira vez que Israel admitiu bombardear a Síria em defesa de uma causa que não envolvia seus próprios cidadãos. A região de Sweida, próxima às Colinas de Golã, já contabiliza mais de 370 mortes desde domingo, segundo a OSDH.

Os ataques israelenses aconteceram mesmo após a atitude do novo presidente sírio, Ahmed al-Sharaa, de aproximação com os Estados Unidos e com Israel. O líder sírio anunciou que a segurança da cidade será entregue a “facções locais” drusas, sem detalhar como se dará o controle. Al-Sharaa também acusou Israel de provocar desestabilização. “Não temos medo da guerra e dedicamos nossas vidas a enfrentar desafios e defender nosso povo”, afirmou em pronunciamento transmitido na TV estatal.

Apesar da trégua, o presidente sírio sinalizou na quinta-feira (17) que seu país está pronto para confrontos diretos. “Colocamos os interesses dos sírios acima do caos e destruição. A decisão ideal nesta fase foi fazer uma escolha prudente para proteger a unidade de nossa pátria e a segurança de seu povo, com base no supremo interesse nacional.”

Ainda na quarta-feira, cidadãos drusos de Israel romperam a cerca da fronteira e se uniram aos drusos sírios. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu que seus compatriotas não cruzassem para a Síria. O Exército israelense afirmou que atua para trazer os civis de volta em segurança. “Estamos trabalhando para salvar os drusos”, disse Netanyahu.

O secretário-geral adjunto para o Oriente Médio da ONU, Khaled Khiari, condenou os ataques aéreos de Israel a Damasco em discurso ao Conselho de Segurança na quinta-feira. Para a ONU, os bombardeios violam os princípios básicos do direito internacional e colocam em risco a estabilidade regional.

As tensões se intensificam após a queda do regime de Bashar al-Assad, em dezembro do ano passado. Desde então, Israel já havia realizado bombardeios contra lideranças jihadistas em território sírio, mas o conflito em Sweida marca um novo capítulo na relação entre os dois países, em meio a uma tentativa frustrada de normalização.

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