Cerrado sofre com a seca. Já os locais úmidos, com falta de proteção
Agricultores também sentem o peso da crise hídrica
Um estudo publicado na revista Perspectives in Ecology and Conservation descobriu que os campos úmidos estão desprotegidos. Só de 2008 a 2020, mais de 580 mil hectares foram eliminados por conta de atividades vinculadas ao setor agropecuário.
A área equivale a quase quatro vezes o tamanho do município de São Paulo (SP). Diante desse cenário, os especialistas alertam que as políticas públicas precisam ser mais baseadas por conhecimento científico. Caso isso não ocorra, a savana mais biodiversa do planeta continuará enfrentando problemas relacionados à seca.
Acesse também: Licenciamento Ambiental marca disputa entre governo e oposição
Os números por trás desses impactos são impactantes. Entre 1985 e 2020, o Cerrado perdeu 22% da vegetação natural, enquanto a área com soja saltou de 6,2 mil km2 para 120 mil km2, similares ao estado do Amapá. Tal devastação intensifica a evaporação, reduz a infiltração de água no solo, compromete nascentes e o lençol freático.
Um levantamento do MapBiomas indica que o Cerrado perdeu quase ⅓ da sua superfície de água, nas últimas duas décadas. Isso ocorre devido ao desmate e à crise do clima, que encolhe as chuvas enquanto alarga e reforça os períodos secos. Como oito das doze grandes bacias hidrográficas do país nascem ou atravessam o Cerrado, sua destruição, uso intensivo de água na irrigação e represamento de rios comprometem a conservação da biodiversidade, o agronegócio e um futuro sustentável para o Brasil.
Com informações de O Eco.