O humorista Leo Lins voltou a provocar polêmica após uma apresentação realizada no último domingo (20), em Niterói, no Rio de Janeiro. Durante o espetáculo, o artista teria feito uma piada envolvendo a cantora Preta Gil, poucas horas após a confirmação oficial de sua morte. Segundo relatos divulgados pelo portal IG, Lins mencionou a artista em meio a um comentário sobre processos judiciais movidos contra ele.

Durante o show, ao citar os nomes de pessoas que teriam ingressado com ações na Justiça contra ele, o comediante teria afirmado que todas elas “se ferraram de alguma forma”. Diante de gritos do público mencionando Preta Gil, Leo Lins teria completado: “Quem vier me processar vai pegar câncer e morrer”.

Repercussão nas redes sociais

As declarações atribuídas ao humorista geraram forte reação nas redes sociais. No X (antigo Twitter), internautas expressaram repúdio à fala e impulsionaram hashtags como “#CadeiaProLeoLins” e “#JustiçaPorPretaGil”. As manifestações online também cobraram providências legais diante da declaração feita no palco.

Até o momento, Leo Lins não se pronunciou oficialmente sobre o episódio. Também não houve confirmação, por parte da defesa do humorista, a respeito do conteúdo da fala divulgada. A família de Preta Gil não comentou publicamente a situação.

Histórico de condenação e censura de gravações

Leo Lins foi condenado a oito anos e três meses de prisão por piadas classificadas como discriminatórias. A decisão judicial ainda está sujeita a recursos. Desde então, ele tem adotado novas estratégias em seus espetáculos para evitar o vazamento de trechos dos shows, especialmente aqueles que abordam temas polêmicos.

No show intitulado Enterrado Vivo, o humorista aborda tópicos como escravidão, pedofilia, deficiência física e LGBTQIA+, além de mencionar nomes de figuras públicas, como Preta Gil e a influenciadora Thais Carla. Ambas já processaram o comediante em ocasiões anteriores.

Proibição de celulares nas apresentações

Para evitar novos registros e exposições nas redes, Leo Lins passou a adotar protocolos mais rígidos em suas apresentações. O público é orientado, logo na entrada, a lacrar os celulares em bolsas de segurança. Além disso, um aviso no telão reforça que gravações são proibidas, com base na legislação de direitos autorais.

A medida vem sendo aplicada como forma de conter a circulação de piadas e falas que poderiam gerar novos processos judiciais. A imprensa não tem acesso às apresentações e, segundo relatos, parte do conteúdo permanece inédito fora do ambiente dos shows.

A menção a Preta Gil ocorre poucos dias após a confirmação de sua morte, em decorrência de um câncer contra o qual lutava desde 2022. A cantora, que faleceu aos 49 anos, havia se afastado dos palcos desde o diagnóstico. A fala atribuída ao humorista gerou debates sobre os limites do humor e as implicações jurídicas e éticas de piadas feitas em contextos de luto e dor pública.

O Ministério Público ainda não se pronunciou sobre possíveis investigações envolvendo a nova fala de Leo Lins. Advogados especializados em direito penal e liberdade de expressão, consultados por veículos da imprensa, destacaram que a responsabilização depende da confirmação do conteúdo e da análise do contexto.