Vila Nova: equilíbrio e organização defensiva marcam evolução colorada
Com cinco jogos sem perder, Luizinho Lopes retoma o caminho das vitórias e muda panorama do Vila Nova
Evolução. A partida entre Vila Nova e CRB reflete os resultados de uma transformação no panorama da equipe colorada. Mudanças marcadas pelo retorno de Luizinho Lopes ao comando técnico do time. Retornando para a noite desta terça-feira (22/07), o Vila superou o Galo pelo placar de 2 a 0, no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga.
Com a vitória, o Tigre dormiu no G-4 da Série B, o que há um mês atrás seria uma memória de tempos que pareciam não voltar mais. Os cinco jogos de invencibilidade do Colorado depositaram para o time 11 pontos dos 15 disputados, um total de 27 tentos conquistados nas 18 rodadas de embates.
Recomeço
O coração e a alma dessa nova fase do Vila Nova se encontram no sistema defensivo. Luizinho Lopes precisava reorganizar a espinha dorsal da equipe: as dinâmicas de lateral com zagueiro, quem sobe, quem fica, quem dos volantes vai descer para compor a linha de cinco, e a partir disso, como construir contra-ataques rápidos, racionais e fatais.
A partida contra o CRB parece ter sido o marco oficial dessas transformações. Claro, as ideias já estavam ali desde o dia um, mas precisavam de resultado, números, gols, comprovações reais nos olhos dos torcedores.
As estatísticas do duelo contra a equipe alagoana escancaram isso. O CRB foi consideravelmente superior na posse de bola, cerca de 70%, além de pressionar com mais efetividade nas finalizações, com 23 chutes. A pressão foi vencida, o placar não mente. Isso se deve pelas nuances táticas elaboradas por Luizinho Lopes, que dentro do campo mudaram o patamar do Vila Nova.
A princípio, o 4-2-3-1 reforça as ideias de defesa e ataque do time. João Vieira e Arilson garantiram um controle total da cabeça da área, dando uma maior tranquilidade para os dois zagueiros e laterais. Estes últimos, Willian Formiga e Elias, encontraram uma maior liberdade de criação pelo meio, podendo atacar os corredores em momentos de contra-ataque, servindo como mais uma opção de cruzamento, passe, e cobertura em caso de perda de posse. Portanto, a presença defensiva da dupla de volantes garantia uma linha de cinco em caso de pressões mais graves, e entregou possibilidades ofensivas aos laterais, principalmente Elias.
Dessa forma, os contra-ataques do duelo foram construídos pela qualidade de Dodô, ponta de lança característico, a agressividade de Gustavo Pajé, jovem promissor que marcou em dois jogos seguidos, a cadência de Bruno Xavier pelo lado esquerdo, atuando como ponta ou armador e a presença de área de Gabriel Poveda.
O equilíbrio entre ataque e defesa foi o maior trunfo dessa vitória sobre o CRB. O controle emocional, a solidez transmitida pelos homens de trás, e a competitividade no meio-campo pareciam intrínsecos no time do Vila. Nada é por acaso, e parece estar apenas começando.