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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
Cinema brasileiro

Longa brasileiro premiado em Berlim chega aos cinemas com crítica ao abandono dos idosos

Em “O Último Azul”, Gabriel Mascaro transforma a Amazônia em cenário de resistência e delicadeza para narrar o exílio compulsório da velhice em um país que normaliza o descarte

Luana Avelarpor Luana Avelar em 28 de julho de 2025
o ultimo azul que concorreu ao urso de ouro em berlim ganha data de estreia widelg

Vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim, O Último Azul, de Gabriel Mascaro, estreia nos cinemas brasileiros no dia 28 de agosto. Com um percurso robusto pela cena internacional, incluindo prêmios em Guadalajara, exibições na Polônia, Austrália e China, além de uma sessão especial no Palácio da Alvorada, o longa consolida o diretor recifense como uma das vozes mais sofisticadas do cinema contemporâneo brasileiro.

A trama se passa em um Brasil do futuro, em que o governo transfere compulsoriamente os idosos para uma colônia onde supostamente desfrutariam seus últimos anos. Nesse cenário distópico, Tereza, interpretada por Denise Weinberg, embarca numa jornada pelos rios amazônicos para realizar um desejo final antes do exílio forçado. A performance da atriz rendeu elogios internacionais. Denise Weinberg faz um trabalho incrível ao dar vida a todas as nuances de Tereza, escreveu o site Cineuropa.

Rodado na Amazônia, o filme utiliza a paisagem como metáfora para o deslocamento afetivo e político de uma geração. A trilha sonora original de Memo Guerra e a fotografia de Guillermo Garza criam uma atmosfera hipnótica, que desloca o espectador da lógica urbana e o lança num tempo suspenso, entre a resistência e a despedida. O Último Azul não suaviza suas críticas. Ao colocar o envelhecimento como um incômodo social, o roteiro assinado por Mascaro e Tibério Azul atualiza o debate sobre etarismo com potência visual e densidade narrativa.

Coproduzido por Brasil, México, Chile e Países Baixos, o filme foi exibido em mais de 65 países e abre, em agosto, o Festival de Gramado, fora de competição. A recepção crítica também foi unânime. Um deslumbrante filme de estrada aquático que transforma a Amazônia em uma fuga mágica do exílio para a liberdade, destacou o The Hollywood Reporter.

Entre fábula e ficção científica, O Último Azul interroga a utilidade como critério de permanência social. E o faz com elegância formal, interpretação precisa e uma direção que recusa a obviedade.

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