Impedimento semiautomático será implementado nas Séries A e B do Brasileirão em 2026
CBF já iniciou conversas com clubes e pode começar testes ainda nesta temporada; entenda
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) comunicou aos clubes das Séries A e B que o impedimento semiautomático será utilizado a partir da edição de 2026 do Campeonato Brasileiro. A informação foi compartilhada durante reunião da Comissão Nacional de Clubes, realizada na última segunda-feira (28), e confirmada por diferentes veículos de imprensa.
O anúncio foi feito por Rodrigo Cintra, chefe da Comissão de Arbitragem da CBF. Segundo ele, a entidade ainda avalia a possibilidade de realizar os primeiros testes da tecnologia em partidas da temporada de 2025, mesmo com a atual edição do campeonato em andamento até dezembro. A adoção definitiva, no entanto, está prevista para o próximo ano.
Tecnologia popularizada na Copa do Mundo de 2022
O sistema de impedimento semiautomático ganhou notoriedade durante a Copa do Mundo do Catar, em 2022. Desde então, ligas como a Premier League, na Inglaterra, e a Champions League, na Europa, passaram a adotar a ferramenta de maneira regular. O recurso utiliza 12 câmeras especiais para captar os movimentos dos jogadores e identificar, com precisão milimétrica, a posição de cada atleta no momento do passe.
No Brasil, a tecnologia já foi testada em algumas partidas isoladas. A Federação Paulista de Futebol (FPF), por exemplo, usou o impedimento semiautomático na final do Campeonato Paulista deste ano, disputada entre Corinthians e Palmeiras. Na ocasião, o custo estimado da operação foi de aproximadamente R$ 1 milhão, valor considerado elevado para a realidade da maioria dos clubes e estádios brasileiros.
Segundo informações apuradas pela CNN, a CBF estima um investimento de cerca de R$ 100 mil por estádio para viabilizar a instalação da tecnologia. O valor inclui os equipamentos e o sistema necessário para integrar o recurso ao VAR (árbitro assistente de vídeo), que atualmente é utilizado para traçar as linhas do impedimento de forma manual.
Apesar da necessidade de investimento, nem todos os estádios das Séries A e B possuem, até o momento, a estrutura mínima para operar o novo sistema. A limitação estrutural e os custos envolvidos são considerados obstáculos que a CBF pretende resolver até o início da próxima temporada.
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Estudos e orçamentos em andamento
Nos últimos meses, a entidade máxima do futebol brasileiro tem feito levantamentos e simulações para definir fornecedores, equipamentos e condições técnicas para a adoção da tecnologia. Em nota oficial, a CBF declarou que “a implantação de novas tecnologias para a arbitragem, como o impedimento semiautomático, ainda está em fase de estudos”.
Mesmo assim, o projeto já conta com apoio interno. De acordo com fontes ouvidas pela CNN, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, tem incentivado a adoção do sistema. Uma fonte afirmou que “é melhor gastar mais e não correr riscos com polêmicas”, em referência aos constantes questionamentos sobre decisões de impedimento no futebol brasileiro.
Rodrigo Cintra, que lidera a Comissão de Arbitragem da CBF, tem acompanhado de perto a discussão com os clubes. Ele já apresentou à Comissão Nacional de Clubes detalhes técnicos da nova tecnologia e as estimativas de implantação.
O sistema semiautomático de impedimento substituirá o método atual de análise, em que os operadores do VAR traçam manualmente as linhas para verificar se houve irregularidade. Com o novo sistema, a detecção é feita por inteligência artificial a partir da leitura dos dados captados pelas câmeras, oferecendo resultados em poucos segundos.
A expectativa da entidade é reduzir o tempo de análise dos lances e aumentar a precisão das decisões, especialmente em jogadas ajustadas que hoje geram controvérsias e paralisações prolongadas.
A próxima etapa será definir quais partidas poderão ser usadas como testes ainda em 2025, caso os estádios estejam preparados e o sistema já tenha sido adquirido.