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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Tensão

Reino Unido preciona Israel e afirma que pode reconhecer o Estado Palestino

Governo britânico ameaça reconhecer a Palestina em setembro caso Israel não adote medidas para conter crise em Gaza

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 29 de julho de 2025
Reino Unido preciona Israel e afirma que pode reconhecer o Estado Palestino
Comunicado de Keir Starmer pressiona Israel e cobra ações urgentes para evitar colapso humanitário em Gaza. (Foto: Reprodução)

O Reino Unido informou nesta terça-feira (29) que poderá reconhecer o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral da ONU, marcada para setembro, se Israel não adotar medidas consideradas essenciais para conter a crise em Gaza e retomar o caminho diplomático.

A nota divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro Keir Starmer estabelece quatro exigências para evitar o reconhecimento: fim das anexações na Cisjordânia, cessar-fogo imediato, liberação de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e um compromisso explícito com a solução de dois Estados.

“Estamos determinados a proteger a viabilidade da solução de dois Estados e, portanto, reconheceremos o Estado da Palestina em setembro, perante a Assembleia Geral da ONU; a menos que o governo israelense tome medidas substanciais para pôr fim à terrível situação em Gaza e se comprometa com uma paz sustentável a longo prazo”, diz o comunicado.

O texto também menciona a necessidade de atuação da ONU na região e medidas emergenciais para socorrer civis. Entre elas, o Reino Unido enviará suprimentos em voos conjuntos com a Jordânia e transferirá crianças feridas para hospitais britânicos.

Keir Starmer reforçou a posição do país em pronunciamento oficial. Segundo ele, o reconhecimento será feito caso Israel não adote “ações substanciais” para mudar o cenário atual. “Posso confirmar que o Reino Unido reconhecerá o Estado da Palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro, a menos que o governo israelense tome medidas substanciais para pôr fim à terrível situação em Gaza, concorde com um cessar-fogo e se comprometa com uma paz sustentável de longo prazo, reavivando a perspectiva de uma solução de dois Estados”, declarou.

A medida acompanha uma mudança no cenário diplomático europeu. Na semana passada, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que seu governo também pretende reconhecer o Estado da Palestina durante a Assembleia da ONU.

O comunicado britânico também cobra atitudes do Hamas. O grupo é chamado de organização terrorista, responsável pelos ataques de 7 de outubro, que deixaram mais de 1.200 mortos e cerca de 250 reféns. Segundo o governo britânico, o Hamas deve libertar os reféns, aceitar um cessar-fogo, abandonar o governo de Gaza e se desarmar.

O Reino Unido mantém apoio ao direito de autodefesa de Israel, mas afirma que o atual cenário exige uma mudança de postura para evitar o colapso completo da região. A pressão sobre o governo Netanyahu aumenta com as denúncias de fome extrema em Gaza.

De acordo com dados da ONU, milhares de pessoas enfrentam insegurança alimentar severa. A entidade já relatou mortes por desnutrição e dificuldade de acesso a água e medicamentos. Desde outubro, mais de 60 mil palestinos morreram em decorrência da guerra, segundo o Ministério da Saúde local, número confirmado pelas Nações Unidas.

Atualmente, 146 países reconhecem formalmente a Palestina. Se Reino Unido e França aderirem, será a primeira vez que potências ocidentais com assento permanente no Conselho de Segurança adotam essa posição.

Israel se opõe a reconhecimentos unilaterais e considera que a criação de um Estado palestino só deve ocorrer após acordos diretos. Em resposta à iniciativa francesa, o premiê Benjamin Netanyahu afirmou que reconhecer a Palestina seria “recompensar o terror”.

A Assembleia Geral da ONU ocorre em setembro, em Nova York, e deve concentrar debates sobre os rumos da guerra entre Israel e Hamas, o papel das potências internacionais e o futuro do território palestino.

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