De desacreditado a favorito: como o Goiás se transformou sob o comando de Mancini
Treinador recupera a confiança do elenco e leva a equipe à liderança da Série B com campanha acima das expectativas
O Goiás encerra o primeiro turno da Série B do Campeonato Brasileiro com um desempenho muito acima do que se esperava. Verdade seja dita: quando Vagner Mancini assumiu o comando técnico da equipe, poucos imaginavam que o time, abatido após a eliminação no Campeonato Goiano e ainda sofrendo o baque da perda do título da Copa Verde, já com o novo treinador, conseguiria uma campanha tão sólida na competição mais importante da temporada.
Números expressivos
Após 19 rodadas, o Verdão é o líder isolado da Série B, com 37 pontos. Campeão simbólico do primeiro turno, o time tem uma vantagem de sete pontos dentro do G4 e ostenta diversos números positivos: time que mais venceu (11 vitórias), melhor visitante (16 pontos), segundo melhor mandante (21 pontos), terceiro melhor ataque (24 gols), segunda melhor defesa (15 gols sofridos) e um aproveitamento geral de 65%.
Esses números já traduzem o passo importante que o Esmeraldino deu rumo ao acesso à Série A. De acordo com os matemáticos da UFMG, o Goiás tem hoje 82,7% de chance de subir e 39% de probabilidade de conquistar o tricampeonato da Série B.
Mancini mudou o clima
Mancini assumiu um elenco desacreditado e emocionalmente abalado. Com pequenos ajustes e contratações pontuais, ele conseguiu transformar a equipe em líder da Segundona. É nítido o trabalho psicológico realizado com os atletas e a mudança no ambiente interno do clube.

O Goiás pode não apresentar o futebol mais vistoso da competição, mas é, sem dúvidas, um time aguerrido, que se entrega 100% a cada partida. Trata cada jogo como uma decisão. É impossível ignorar que o grande nome por trás da virada esmeraldina é o próprio treinador, que no ano passado, quase levou o time ao acesso.
O próprio Mancini comentou sobre a forma como lida com os jogadores: “Não sei o que faço de diferente, ou o diferente é ser o mais simples possível. Olho no olho do atleta, tento buscar nele o que quero e deixo muito claras as ações. Sou um cara que preza pela energia do dia a dia, que todos eles agradeçam por estar aqui e com a possibilidade de serem atletas saudáveis e que possam fazer o que gostam. Parto desse princípio.”
Grupo fechado
Até o capitão da equipe, o goleiro Tadeu, destacou como o trabalho individual com os atletas mudou o ambiente nos bastidores: “O ambiente é bacana, clima leve, e isso se estende para todas as partes do clube. Academia, vestiário, concentrações e viagens. É um grupo muito amigo. Tenho certeza de que eu nunca vivi algo assim, aqui ou em outro lugar.”
O balanço do primeiro turno é claro: nem o torcedor mais otimista esperava uma campanha tão positiva. Agora, no segundo turno, o Goiás terá que colocar à prova, mais uma vez, sua capacidade de decisão e a resistência física de seu elenco.