O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Brincar

Estudo destaca a importância das atividades lúdicas na educação infantil

Brincar é um dos primeiros atos de expressão da criança, uma linguagem própria que revela sentimentos, desejos, experiências e aprendizados

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 2 de agosto de 2025
IMAGENS 2025 08 02T102419.004
Estudo destaca a importância das atividades lúdicas na educação infantil. | Foto: Reprodução/Istock

Brincar é um dos primeiros atos de expressão da criança, uma linguagem própria que revela sentimentos, desejos, experiências e aprendizados. Mais do que diversão, a ludicidade tem papel central no desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social da infância. Essa é a principal conclusão do artigo “A importância das atividades lúdicas na educação infantil”, que analisa o papel das brincadeiras e jogos como estratégias pedagógicas no processo de ensino e aprendizagem.

O estudo destaca que, mesmo com avanços na legislação e nas diretrizes curriculares, ainda persiste a visão equivocada de que o brincar ocupa um papel secundário na escola. Na prática, muitas instituições priorizam conteúdos formais em detrimento das atividades lúdicas, como se aprender e brincar fossem ações excludentes. Para os autores, é justamente o contrário: o brincar é essencial para que a criança compreenda o mundo, interaja com o outro e desenvolva habilidades fundamentais para a vida escolar e pessoal.

A pesquisa parte do princípio de que a ludicidade é uma forma de comunicação tão legítima quanto a fala ou a escrita. Nas palavras das autoras, o brincar deve ser compreendido como “um direito da criança e uma necessidade para o seu desenvolvimento integral”. A base legal que respalda essa visão está presente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96), que reconhece a educação infantil como etapa fundamental do processo educativo, voltada ao desenvolvimento global da criança.

Entre os aspectos abordados, o artigo destaca que as atividades lúdicas favorecem o raciocínio lógico, a criatividade, o equilíbrio emocional e a construção de valores sociais como respeito, cooperação e solidariedade. Brincadeiras com regras ajudam a criança a lidar com frustrações, desenvolver estratégias e entender limites. Já o faz de conta amplia o repertório simbólico, permitindo que a criança elabore situações reais ou imaginárias, atribuindo significados às suas vivências.

Os jogos e brinquedos tradicionais também ocupam lugar de destaque no texto, sendo apontados como importantes aliados no processo pedagógico. A cultura lúdica transmitida entre gerações, como pular corda, brincar de amarelinha, esconde-esconde ou roda, carrega um valor simbólico e afetivo que fortalece a identidade cultural da criança. Além disso, o uso de materiais simples, como sucata, massinha ou blocos de montar, estimula a criatividade e a resolução de problemas.

Outro ponto abordado é a influência da mídia e da tecnologia nas brincadeiras infantis. Com o avanço das telas, muitas crianças substituem o brincar livre por atividades passivas diante de celulares ou televisores. O estudo chama atenção para a importância do educador em resgatar e valorizar o brincar corporal e coletivo, que permite à criança movimentar-se, explorar o espaço, experimentar emoções e socializar.

Nesse contexto, o papel do educador é apresentado como mediador entre a ludicidade e o aprendizado. Mais do que propor jogos ou atividades isoladas, o professor deve estar atento ao significado das brincadeiras para cada grupo de crianças, respeitando seus interesses, tempos e formas de expressão. Para isso, a formação continuada dos profissionais da educação é apontada como essencial. Apenas um educador consciente da importância do brincar será capaz de incorporá-lo de forma planejada e intencional à rotina pedagógica.

As autoras reforçam que não se trata de “brincar por brincar”, mas sim de compreender o potencial educativo que reside nas atividades lúdicas. O lúdico, quando inserido com intencionalidade no cotidiano escolar, deixa de ser apenas um momento de descontração e passa a ser reconhecido como estratégia potente de ensino e aprendizagem.

Ao final, o estudo conclui que as atividades lúdicas devem ser vistas como parte essencial da educação infantil, e não como complemento. Brincar é, para a criança, uma forma de existir no mundo, e cabe à escola garantir que esse direito seja assegurado, respeitado e valorizado. Afinal, é brincando que a criança aprende a ser sujeito, a se expressar e a conviver em sociedade.

Siga o Canal do Jornal O Hoje e receba as principais notícias do dia direto no seu WhatsApp! Canal do Jornal O Hoje.
Veja também