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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

Peso corporal e fertilidade: estudos revelam impacto direto na concepção e gestação

O peso excessivo interfere negativamente nos resultados desse tipo de tratamento, diminuindo as chances de implantação embrionária e gestação

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 2 de agosto de 2025
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Peso corporal e fertilidade: estudos revelam impacto direto na concepção e gestação. | Foto: Reprodução/Istock

Pesquisadores e profissionais da saúde têm voltado cada vez mais sua atenção para a relação entre o peso corporal e as chances de uma gestação bem-sucedida. Evidências recentes apontam que o excesso de peso pode comprometer significativamente tanto a fertilidade quanto o desenvolvimento saudável da gravidez.

Um levantamento publicado em 2023 pela revista científica BioMed Central evidenciou que o acúmulo de gordura corporal está associado à redução nas taxas de sucesso da Fertilização in Vitro (FIV). Segundo o estudo, o peso excessivo interfere negativamente nos resultados desse tipo de tratamento, diminuindo as chances de implantação embrionária e gestação.

Além de dificultar os procedimentos de reprodução assistida, o sobrepeso também eleva os riscos durante a gestação. A gordura corporal em excesso afeta diretamente o equilíbrio hormonal, prejudicando a liberação de óvulos nas mulheres e a qualidade dos espermatozoides nos homens. Por essa razão, especialistas defendem que a adoção de hábitos saudáveis e a manutenção de um peso adequado devem ser prioridades para casais que desejam engravidar.

A interferência do peso na fertilidade se manifesta de formas distintas em homens e mulheres. No público feminino, o excesso de massa corporal pode desregular os ciclos menstruais, tornando a ovulação menos previsível. Há ainda uma associação frequente entre sobrepeso e Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), condição que dificulta a concepção. Já entre os homens, a obesidade pode reduzir a produção de testosterona, comprometendo a qualidade, a quantidade e a mobilidade dos espermatozoides, fatores essenciais para a fecundação.

Mesmo após a confirmação da gravidez, o peso elevado continua representando um fator de risco. Um estudo da Oxford Academic, também divulgado em 2023, mostrou que mulheres com obesidade têm maior propensão a desenvolver complicações como hipertensão, parto prematuro e diabetes gestacional.

No Brasil, os dados do Ministério da Saúde reforçam a gravidade do cenário. As hospitalizações decorrentes de diabetes gestacional passaram de 27.594 em 2018 para 46.508 em 2022, um aumento expressivo que chama a atenção para a urgência de ações preventivas.

Diante desse panorama, médicos recomendam que casais em busca da gravidez invistam na reeducação alimentar e em um estilo de vida saudável. A melhoria da alimentação não só favorece a fertilidade, como também contribui para uma gestação mais segura e saudável, tanto para a mãe quanto para o bebê.

Alimentação equilibrada

A adoção de hábitos saudáveis tem se mostrado uma das estratégias mais eficazes para quem busca aumentar as chances de uma gestação bem-sucedida. De acordo com especialistas em fertilidade e nutrição, mudanças simples na rotina alimentar e a inclusão de atividades físicas regulares podem ter impacto direto na saúde reprodutiva de homens e mulheres.

No campo da nutrição, recomenda-se reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e de carboidratos refinados, como açúcares e farinhas brancas, que, em excesso, prejudicam o equilíbrio metabólico e hormonal. Em contrapartida, a inclusão de alimentos naturais, como frutas, verduras, grãos integrais, proteínas magras e gorduras consideradas saudáveis, presentes em peixes, oleaginosas e abacate, é amplamente incentivada pelos profissionais da área.

A prática de atividade física é outro fator decisivo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta adultos a se movimentarem entre 150 e 300 minutos por semana, em intensidade moderada a vigorosa. Caminhadas, ciclismo, natação e treinos de resistência são algumas das opções recomendadas para melhorar o funcionamento do organismo e contribuir para o equilíbrio hormonal.

No entanto, nem sempre essas medidas são suficientes. Em muitos casos, o suporte de profissionais da saúde é indispensável. Nutricionistas, endocrinologistas e especialistas em reprodução assistida podem ajudar a identificar obstáculos específicos e desenvolver planos personalizados. Em determinados contextos, pode ser necessário recorrer a dietas estruturadas, medicamentos ou outras abordagens terapêuticas para promover a perda de peso e favorecer a fertilidade.

Segundo os especialistas, investir em um estilo de vida equilibrado é uma escolha estratégica para quem deseja ampliar as possibilidades de concepção. Mais do que uma meta estética, o cuidado com o corpo e com a saúde reprodutiva representa um passo essencial para casais que sonham em dar início à jornada da maternidade ou paternidade.

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