Mitos e verdades que ainda confundem mães durante a amamentação
Campanha do Agosto Dourado combate desinformação e destaca importância do aleitamento materno até os seis meses
O aleitamento materno salva cerca de seis milhões de vidas por ano, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). É o único fator isolado capaz de reduzir em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis. A meta da OMS é que, até 2030, 70% das crianças até seis meses sejam alimentadas exclusivamente com leite materno.
Agosto foi escolhido para chamar atenção à causa. A cor dourada simboliza o padrão ouro da nutrição infantil. “O objetivo do Agosto Dourado é incentivar e, consequentemente, estimular o aleitamento materno. O dourado vem do que a gente chama de padrão ouro para alimentação do bebê na primeira infância, especialmente no primeiro ano de vida dele, que é o aleitamento materno e no seio materno. Por isso que essa campanha é tão importante, faz muita diferença tanto para a saúde materna quanto para a saúde do bebê”, explica a pediatra Stephania Laudares.
A especialista defende que informação é importante para superar dificuldades que algumas mães enfrentam ao tentar amamentar. “Quando ela sabe da importância do aleitamento materno, dos benefícios para a saúde dela e do seu filho, isso aumenta o engajamento da mãe e a determinação para conseguir amamentar”.
Entre os mitos mais comuns, Stephania desmente a ideia de que o leite materno seja fraco. “Não existe leite fraco e o leite não vai ficando fraco.” Também afirma que o que a mãe come raramente provoca cólicas no bebê: “A gente não tem nenhum estudo científico, nenhum trabalho que evidencie ou que comprove essa questão.” Já sobre o álcool, a orientação é clara: “Depois do consumo de uma dose de bebida, por exemplo, uma taça de vinho, essa mulher aguarde pelo menos duas a três horas para poder amamentar seu bebê.”
A médica também reforça que a amamentação em livre demanda é recomendada e que o desmame precoce, seja noturno ou na introdução alimentar, não é necessário. “O leite materno ainda é o principal alimento da criança até o seu primeiro ano de vida”.