O velório de Arlindo Cruz, que faleceu na última sexta-feira (8) aos 66 anos, acontecerá neste sábado (9), a partir das 18h, na quadra do Império Serrano, em Madureira, bairro que ajudou a moldar sua identidade artística. O sepultamento está marcado para domingo (10), às 11h, no cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, zona oeste do Rio.

O Império Serrano, onde Arlindo construiu parte fundamental de sua trajetória, anunciou a despedida com nota oficial: “O Império Serrano lamenta, com imenso pesar e profunda dor, o falecimento de Arlindo Cruz, aos 66 anos, um dos maiores nomes da história do samba e filho ilustre da nossa coroa imperial”. Ao longo de sua relação com a agremiação, o sambista assinou 12 sambas-enredo e foi homenageado no desfile de 2023.

Arlindo morreu no Hospital Barra d’Or, na Barra da Tijuca, onde estava internado desde maio em decorrência de complicações de uma pneumonia. Em 2017, um acidente vascular cerebral interrompeu sua rotina de shows e gravações, dando início a um período marcado por internações prolongadas e tratamentos contínuos.

A Prefeitura do Rio decretou luto oficial de três dias e anunciou que o futuro Parque Piedade, na zona norte, levará o nome do artista. “A escolha do nome celebra a profunda ligação de Arlindo com o subúrbio e com a essência cultural da nossa cidade”, informou o texto divulgado no X. O espaço de aproximadamente 18 mil metros quadrados será erguido no terreno da antiga Universidade Gama Filho e contará com áreas de lazer, centros cultural, esportivo e educacional. A previsão de inauguração é até o fim deste ano.

As homenagens se espalharam pelas redes sociais. “Morre hoje o meu compadre, meu parceiro e meu amigo Arlindo Cruz! Que Deus te receba de braços abertos! Sofreu muito e agora merece descansar um pouco! Vá com Deus, meu compadre!”, escreveu Zeca Pagodinho. Paulinho da Viola lembrou que o músico lotava casas de show mesmo quando o samba não tocava nas rádios. Para Teresa Cristina, “Arlindo de todos os sambas, do Jongo ao Partido Alto, o parceiro ideal, o sambista perfeito. A doçura na voz se estendia ao seu proceder com todos que cruzaram seu caminho”.

A despedida na quadra do Império Serrano deve reunir sambistas, familiares, amigos e admiradores para celebrar um repertório que se tornou referência na música brasileira e reafirmar a presença de Arlindo Cruz como figura central na história do samba.