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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
UNIVERSO

Cientistas encontram sinal de vida em região remota do espaço

Descoberta envolve molécula essencial para formação de compostos orgânicos em estrela a 330 anos-luz da Terra

Thais Airespor Thais Aires em 14 de agosto de 2025
espaço
Imsgem: NASA

Já pensou em encontrar algo surpreendente no meio de um lugar que parecia totalmente sem vida? Pois é, foi exatamente isso que aconteceu no espaço. Cientistas encontraram uma pista importante que pode ajudar a entender como a vida começou em planetas como a Terra. E o mais curioso: tudo isso foi descoberto em uma região bem distante, que quase ninguém estava olhando com atenção.

Cientistas de diferentes países estavam estudando uma estrela chamada HD 100453, que fica a cerca de 330 anos-luz da Terra. Só para ter uma ideia da distância: a luz demora mais de três séculos para sair de lá e chegar até aqui. Essa estrela é jovem e está cercada por um anel de poeira, o que é comum em estrelas que estão em fase de formação de planetas.

Durante as observações, os cientistas encontraram metanol, que é um tipo de álcool, dentro desse anel de poeira, a mais de 2,4 bilhões de quilômetros da estrela. Pode parecer só mais um composto químico, mas esse detalhe faz toda a diferença. O metanol é uma peça importante na formação de moléculas orgânicas, que são as que dão origem aos componentes da vida.

Essa foi a primeira vez que cientistas conseguiram detectar o metanol e seus isótopos em uma região onde planetas estão se formando. Isso ajuda a entender como certas substâncias se espalham no universo e como elas podem participar de processos que, um dia, resultam no surgimento da vida.

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Como os cientistas conseguiram detectar o metanol

Para fazer essa descoberta, os cientistas usaram um dos instrumentos mais avançados do mundo: o ALMA, um super observatório instalado no Chile. Esse equipamento permite observar regiões distantes do universo com bastante precisão. Ele consegue identificar quais tipos de gases e moléculas estão presentes em discos ao redor de estrelas jovens.

Esses discos são formados por poeira e gás e são considerados o “berçário” dos planetas. É neles que planetas, luas e até cometas podem surgir. Com a ajuda do ALMA, os cientistas conseguiram mapear o que estava acontecendo em volta da estrela HD 100453 e, para a surpresa de todos, encontraram o metanol em forma de gás.

Em outros tipos de estrelas, principalmente as menores, esse tipo de molécula costuma estar congelado e fica escondido no meio da poeira. Já no caso da HD 100453, a temperatura é um pouco mais alta, o que faz o metanol ficar em estado gasoso. Isso facilitou a detecção feita pelos cientistas e permitiu que eles pudessem analisar com mais detalhes o ambiente.

Por que isso é importante para entender a origem da vida

O metanol não é algo que serve só para análises químicas. Ele pode participar de reações que ajudam a formar compostos mais complexos, como os aminoácidos, que são essenciais para a construção da vida. Quando os cientistas identificam esse tipo de molécula em regiões tão distantes, eles ganham pistas valiosas sobre como a vida pode ter surgido em outros lugares do universo.

Além disso, os cientistas perceberam que a quantidade de metanol presente nesse disco ao redor da estrela é parecida com a que foi encontrada em cometas do nosso sistema solar. Isso reforça a ideia de que os cometas podem ter trazido moléculas orgânicas para planetas jovens, como a Terra, quando ainda estavam em formação.

Essa descoberta não prova que existe vida fora da Terra, mas mostra que os ingredientes necessários para que a vida apareça podem estar mais espalhados do que se imaginava. Os cientistas agora acreditam que processos parecidos podem acontecer em vários cantos do universo, e não apenas aqui.

Com a ajuda de tecnologias como o ALMA, os cientistas continuam explorando discos ao redor de outras estrelas para tentar encontrar novas pistas. Cada descoberta como essa ajuda a montar o quebra-cabeça da origem da vida, tanto aqui quanto em outros planetas que podem existir por aí.

Enquanto essas respostas não chegam, os cientistas seguem olhando para o céu, usando equipamentos de ponta e analisando cada pequeno sinal vindo do espaço. Tudo com um objetivo em comum: entender melhor de onde viemos e se, talvez, não estejamos tão sozinhos quanto parece.

 

 

 

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