Saiba os mitos e verdades sobre consumir medicamentos vencidos
Especialista explica os riscos à saúde e orienta sobre o descarte seguro de remédios fora do prazo
Guardar uma medicação na gaveta do banheiro e tomá-la meses depois é um hábito mais comum do que se imagina — e também perigoso. Mesmo que o remédio pareça intacto, o uso de medicamentos vencidos pode trazer riscos sérios à saúde.“Medicamentos vencidos não apenas perdem sua eficácia, como também podem provocar reações adversas e efeitos colaterais graves”, alerta o médico clínico geral Thiago Piccirillo.
Segundo o médico, medicamentos vencidos podem causar intoxicações, reações alérgicas, sobrecarga no fígado e agravamento do quadro clínico. Analgésicos, anticoncepcionais, antibióticos e até remédios de uso contínuo estão entre os que oferecem maior perigo.
No caso dos antibióticos, o uso inadequado contribui para a resistência bacteriana, um problema de saúde pública já apontado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Após o vencimento, há risco de degradação química, microbiológica ou física, que pode levar à ineficácia ou toxicidade”, explica o especialista.
Como descartar corretamente
Descartar os medicamentos no lixo comum ou no vaso sanitário também representa risco, já que pode contaminar o solo e a água. A recomendação é levá-los a pontos de coleta em farmácias e unidades de saúde que participam de programas de recolhimento.
O médico orienta ainda a remover bulas e embalagens externas, quando possível, antes do descarte. O objetivo é evitar que o material seja reaproveitado de forma indevida.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça que os medicamentos só devem ser usados dentro do prazo de validade. Para reduzir riscos, o ideal é comprar apenas a quantidade necessária e armazenar os produtos em local seco, fresco e fora do alcance de crianças.
A conscientização sobre o uso racional e o descarte correto é essencial para proteger a saúde individual, coletiva e o meio ambiente.
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