São muitas as especulações levantadas em torno da reunião de Lula e outros membros do Partido dos Trabalhadores (PT) com o Republicanos. As dúvidas e curiosidades não surgiram sem motivo, tendo em vista que o presidente do partido de direita, liderado pelo bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP), reiterou que a organização atuará de forma independente. Ao O HOJE, o correspondente do deputado confirmou a posição do partido: “O Republicanos se reuniu com Lula em almoço e com a oposição em jantar. O partido segue e seguirá independente”. 

Resta-nos perguntar qual foi o objetivo da reunião entre as siglas, tendo em vista que muito se fala que o foco foi estabelecer um alinhamento entre o PT e o Republicanos, mas como isso pode ocorrer, sendo que uma das partes reafirma um posicionamento “isolado” frente à possibilidade de se aproximar do PT. Assim, é preciso avaliar como ficaria a situação do Republicanos diante da possibilidade de saída de um de seus principais membros, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido. Isso pode acontecer se considerarmos uma aproximação assumida do Republicanos com o petismo e, assim, há a chance de Tarcísio optar por se filiar em outra sigla, já que sua posição é crítica ao governo Lula e ao PT. 

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O que dizem os dados

O instituto de pesquisa Quaest divulgou, nesta quarta-feira (20), que houve crescimento da aprovação da gestão Lula em São Paulo. No maior colégio eleitoral do País, o petista teve 29% de avaliação positiva em fevereiro. Esse percentual subiu para 34% em agosto. Enquanto isso, a desaprovação caiu de 69% para 65%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. 

Na avaliação do diretor da Quaest, Felipe Nunes, o movimento em São Paulo é estratégico para os próximos anos. “A recuperação do governo em São Paulo é fundamental para os planos eleitorais do presidente em 2026. Com os atuais 34% de aprovação, Lula está muito próximo do que teve de votos totais na eleição de 2022 no Estado”, afirma Nunes. 

O governador de São Paulo pode se encontrar em uma situação embaraçosa, em um futuro não muito distante, ao considerarmos uma possível aproximação de seu partido com Lula, juntamente com o aumento do índice de aprovação do governo atual pelos paulistas. Porém, ao que tudo indica, Tarcísio não deixará de militar no Republicanos, pois o mesmo convocou a população a se filiar na organização e, durante o discurso, o chefe do Executivo paulista ressaltou o fato de o partido completar mais um ano, com 20 anos da existência da legenda. “Tarcísio assegurou, e tem dito reiteradas vezes, que não sairá [do Republicanos]. Ele acabou de gravar as inserções de TV do partido e será a estrela do evento de 20 anos do Republicanos, na segunda, em Brasília”, revela o correspondente da presidência do Republicanos. 

Com que roupa eu vou

Nessa perspectiva é que parece precipitado arriscar a posição do partido de Tarcísio que, ao mesmo tempo em que se autodeclara independente, comparece a reuniões convocadas pelo presidente do País para estabelecer boas relações de olho no cenário eleitoral de 2026. Ao ser questionado sobre a possibilidade de aproximação do Republicanos com o petismo, o correspondente do deputado Marcos Pereira reafirma a posição neutra do partido de Tarcísio. “Independência é você votar a favor do que é bom e criticar aquilo que é ruim”, pontua. (Especial para O HOJE)