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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
importância da mamografia

Val Marchiori anuncia câncer de mama

Socialite transforma diagnóstico em apelo pela detecção precoce

Luana Avelarpor Luana Avelar em 27 de agosto de 2025
16 MATERIA CREDITOS Instagram
Foto: Instagram

A imagem que costuma circular de Val Marchiori é a de vestidos de grife, taças de champanhe, festas intermináveis, frases de efeito. Ícone da alta sociedade paulistana, empresária acostumada a brilhar sob refletores, ela parece ter feito da exuberância uma marca pessoal. Mas na última terça-feira (26), o registro que veio de seu perfil no Instagram não se ajustava ao roteiro habitual. A socialite apareceu emocionada, olhos marejados, voz embargada, para anunciar uma notícia que tensiona qualquer narrativa de glamour.

“Vocês que me vêem sempre arrumada, bonita, fazendo festa… Hoje estou aqui para dar uma notícia não tão boa. Fui fazer um exame de rotina e sempre tive medo de fazer mamografia. Tive que fazer uma biópsia por causa de um nódulo suspeito na mama direita e hoje saiu o resultado. É um tumor maligno, um câncer de mama”, disse.

O vídeo viralizou em minutos. A exposição pública de um momento tão íntimo rompeu o verniz de celebridade e revelou uma vulnerabilidade compartilhada por milhares de brasileiras todos os anos. Em 2025, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estão previstos 73.610 novos casos de câncer de mama no Brasil. O número corresponde a 10,5% de todos os diagnósticos no país, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma, responsável por quase um terço das ocorrências.

Entre as mulheres, o tumor mamário é o mais incidente e o que mais mata. A taxa estimada de mortalidade é de 11,84 óbitos para cada 100 mil brasileiras. Por outro lado, a ciência e a medicina oferecem uma saída: o diagnóstico precoce pode elevar as chances de cura para mais de 90%, de acordo com especialistas. A peça-chave é a mamografia.

Val, que confessou sempre ter adiado o exame por medo, transformou sua revelação em alerta. “Mulheres, não deixem de fazer mamografia por medo. Quando fazemos antes, podemos tentar resolver. É um alerta. Faça mamografia”.

A recomendação encontra respaldo oficial. A Sociedade Brasileira de Mastologia indica que, a partir dos 40 anos, o exame deve ser anual. O Ministério da Saúde recomenda a mamografia a cada dois anos entre 50 e 69 anos, faixa etária em que o rastreamento em massa mostra maior impacto na redução da mortalidade. Fora dessas idades, o exame é solicitado quando há sinais clínicos ou histórico de risco. Diversos estudos apontam que a realização periódica pode reduzir as mortes pela doença entre 25% e 40%.

O oncologista Daniel Gimenes explica que o tratamento depende de variáveis múltiplas: estágio do tumor, características biológicas, idade da paciente, comorbidades, status hormonal. “O prognóstico do câncer de mama também depende desses fatores. Quando a doença é diagnosticada no início, as chances de cura são elevadas acima de 90% com o tratamento. No entanto, quando há evidências de metástases, todos os procedimentos passam a ter como objetivo principal o prolongamento da sobrevida e melhora da qualidade de vida da paciente”, afirma.

A narrativa em torno da doença não se encerra na estatística. Envolve escolhas difíceis, protocolos combinados de cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Em alguns casos, a mastectomia se impõe. Em outros, a cirurgia conservadora da mama. Há pacientes que atravessam meses de fadiga e efeitos colaterais intensos. Outras, silenciosamente, lidam com a angústia de cada novo exame de acompanhamento.

Em sua fala pública, Val evitou o dramatismo e preferiu insistir na mensagem preventiva. A socialite, tantas vezes alvo de ironias pelo estilo exuberante, escolheu a sobriedade de um conselho direto. “O diagnóstico não é o fim, mas sim uma continuidade, que não deve ser encarada com medo”, reforçou o oncologista, lembrando que a informação de qualidade é arma decisiva contra a doença. “Faça exames e mantenha a rotina das consultas médicas independente da idade. Confie no seu médico, compartilhe seus anseios e não confie em tudo que lê na internet, tomando cuidado principalmente com as fake news sobre a doença”.

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