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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Escândalo

Áudios ligam irmã de Milei a suposta corrupção

Escândalo político pressiona governo às vésperas de eleições e provoca queda na aprovação presidencial

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 28 de agosto de 2025
Áudios ligam irmã de Milei a suposta corrupção
Foto: Wikimedia

Um escândalo de corrupção atinge o governo argentino e envolve diretamente a irmã do presidente Javier Milei, Karina Milei, secretária-geral da Presidência. Áudios divulgados pela imprensa revelam acusações feitas por Diego Spagnuolo, ex-chefe da Agência Nacional para a Deficiência (Andis), que apontam cobrança de propina de empresas farmacêuticas em contratos com o Estado. Segundo ele, Karina e Eduardo “Lule” Menem, subsecretário de gestão institucional e braço direito da Casa Rosada, liderariam o esquema.

Nos áudios, Spagnuolo afirma que havia exigência de até 8% sobre o faturamento das farmacêuticas, com lucros mensais que poderiam chegar a US$ 800 mil. Karina seria beneficiada com uma fatia de até 4% e influência decisiva nas negociações. Também foram citados empresários da Suizo Argentina, intermediária na venda de medicamentos, alvo de buscas da Justiça, que apreendeu US$ 266 mil em espécie.

O caso veio à tona no dia 20, com os primeiros áudios, e ganhou força nesta quarta-feira (27), após novos trechos serem divulgados. A Justiça abriu investigação, realizou 16 buscas e proibiu a saída dos suspeitos do país. Ao menos cinco pessoas já são réus por corrupção, suborno e fraude. Entre elas, Spagnuolo, que foi demitido da Andis um dia após as denúncias.

Milei quebrou o silêncio nesta semana. Em entrevista ao canal C5N, classificou as acusações contra a irmã como mentirosas e prometeu levar o ex-aliado à Justiça. Um dia antes, fez sua primeira aparição pública desde o início da crise ao lado de Karina. O chefe de gabinete Guillermo Francos sugeriu que o caso é uma perseguição política, e o presidente da Câmara, Martín Menem, defendeu os acusados, dizendo se tratar de uma operação política.

O episódio pressiona o governo às vésperas de eleições na província de Buenos Aires e a dois meses do pleito legislativo. A aprovação de Milei, já em queda, caiu ainda mais com a repercussão do caso. Nesta quarta-feira, o presidente foi alvo de hostilidades durante carreata em Buenos Aires e precisou deixar o local sob escolta.

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