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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Aliança

Xi reúne Putin e Kim em Pequim e exibe desafio ao Ocidente

Encontro marca demonstração de solidariedade e pode sinalizar alianças militares mais estreitas entre China, Rússia e Coreia do Norte

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 2 de setembro de 2025
Xi reúne Putin e Kim em Pequim e exibe desafio ao Ocidente
Foto: Xinhua/ Ding Haitao

O presidente da China, Xi Jinping, recebeu em Pequim nesta terça-feira (2) os líderes da Rússia e da Coreia do Norte, Vladimir Putin e Kim Jong-un, em um gesto de solidariedade entre países alvo de sanções e críticas do Ocidente. O encontro ocorreu no Grande Salão do Povo e depois na residência pessoal de Xi, que chamou o presidente russo de “velho amigo”.

Os três chefes de Estado devem ocupar posição de destaque em um desfile militar programado para essa quarta-feira (3), quando Xi pretende reforçar sua visão de uma nova ordem global. O evento acontece em meio às políticas “America First” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que têm abalado alianças ocidentais. A reunião poderá consolidar parcerias de defesa, após um pacto militar assinado por Rússia e Coreia do Norte em junho e conversas de aproximação entre Pequim e Pyongyang.

A possibilidade de alinhamento preocupa Washington. Trump, que busca projetar imagem de pacificador, cultivou relações pessoais com Putin, Xi e Kim, mas agora vê adversários se aproximarem. Em discurso na véspera, Xi disse que era necessário “tomar uma posição clara contra o hegemonismo e a política de poder”, numa referência indireta ao líder norte-americano.

O encontro coincidiu com a assinatura de acordos econômicos. A Gazprom e a China National Petroleum Corporation formalizaram o aumento do fornecimento de gás e avançaram nas negociações para um novo gasoduto de 30 anos.

Kim também pode se reunir separadamente com Putin, segundo a agência russa Tass. O líder norte-coreano já enviou mais de 15 mil soldados para apoiar a guerra na Ucrânia e, de acordo com a inteligência sul-coreana, prepara nova mobilização após a morte de cerca de 600 combatentes na região de Kursk. Em 2024, ele recebeu Putin em Pyongyang, em encontro visto como tentativa de reduzir a dependência histórica de Pequim.

Com a aproximação entre Moscou, Pequim e Pyongyang, a configuração estratégica na Ásia-Pacífico pode sofrer mudanças significativas, aumentando as tensões com os EUA e seus aliados.

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